Gulbenkian não abre portas se não forem contratados 6 funcionários

O Conservatóro Calouste Gulbenkian, em Braga, não vai abrir portas enquanto não chegarem, pelo menos, seis funcionários à escola.
A decisão foi tomada pelos pais, em assembleia geral, esta manhã.
A Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares – DGEstE – autorizou a contratação de dois tarefeiros. Uma proposta que não foi aceite pelos encarregados de educação, que dizem, dessa forma, não estar garantida a segurança dos filhos.
Uma hora e meia depois do início da reunião, entre a direcção da escola e os encarregados de educação, foi anunciada a decisão: a escola vai manter as portas fechadas, sem data prevista para o início do ano lectivo.
Duarte Cunha, presidente da associação de pais, diz que “está em causa a segurança, higiene e alimentação dos alunos”.
“Se temos direito a 32 funcionários são esses 32 que temos que ter”
Recorde-se que pelo rácio, a escola teria direito a 32 funcionários, neste momento conta com 21, sendo que, desses, 6 estão com baixa médica.
“É uma escola que está aberta das 7 horas às 22horas, de segunda a sábado, tem actividades de fim-de-semana, vários edifícios, com vários pisos, e é impensável que um funcionário consiga fazer a visualização dos nossos filhos em três pisos e andar para cima e para baixo”, explicou.
Os pais estão “indignados”, com uma situação que é “recorrente” a cada arranque do ano lectivo, por isso mesmo, pedem ao Ministério uma solução a longo prazo.
“Se temos direito a 32 funcionários são esses 32 que temos que ter”, frisou Duarte Cunha.
No imediato, os encarregados de educação dizem não ser negociável menos do que seis tarefeiros, por isso mesmo vão manter a escola fechada “indeterminadamente”.
Em declarações à RUM, esta quinta-feira, a directora da escola, Ana Maria Caldeira, afirmou estar à espera de uma proposta da DGEstE. Hoje, o representante dos pais desvendou que “a DGEstE autorizou mais dois funcionários tarefeiros”. “Não aceitamos, com muito prejuízo paras as nossas vidas pessoais, até porque há pais que nem têm família a quem recorrer, mas problemático também a nível de conteúdos programáticos. O Ministério terá que ceder à nosssa exigência”, apontou Duarte Cunha.
Atraso no arranque das aulas preocupante para alunos com exames nacionais
Rui Pinto tem três filhos na escola e diz que este “é um constrangimento grande”, que já vem sendo recorrente, por isso, a situação “tem que ser resolvida de uma vez”. Com o atraso no arranque do ano lectivo, a situação preocupa os pais, principalmente, dos alunos que terão exames nacionais este ano, porque “não começam a tempo e horas a leccionar as matérias”.
Rui é um dos encarregados de educação que, por estes dias, vai ter que recorrer à ajuda de familiares que fiquem com os filhos, mas, alerta, “nem toda a gente tem essa sorte”. “Esta escola tem mutios alunos de concelhos circundantes, para quem ainda é pior a situação”.
Segundo os encarregados educação, a situação é recorrente na escola. Em 2018, a autorização para a contratação de tarefeiros chegou dois dias depois de uma manifestação. O Conservatório Calouste Gulbenkian é frequentado por cerca de 600 alunos.
Contactada, fonte oficial do Ministério da Educação garante que “haverá reforço de funcionários, tal como já foi indicado à direcção da escola”.
