Fábrica Confiança planta mais uma vez discórdia entre Plataforma e CMB

O movimento cívico “Salvar a Fábrica Confiança” acusa a Câmara Municipal de Braga de tentar “boicotar” as actividades que foram programadas para o 125º aniversário da antiga saboaria que teve lugar na Rua Nova de Santa Cruz, no último sábado.
Com cerca de uma centena de participantes nas 13 actividades, os organizadores necessitavam de ocupar o espaço público e a faixa de rodagem. Acto que foi negado pela Câmara Municipal de Braga. Os responsáveis pela plataforma “Salvar a Fábrica Confiança” alegam que esta decisão trata-se de uma violação do direito de reunião e de manifestação contemplado na Constituição da República Portuguesa e referido no decreto de lei nº406/74.
O representante do movimento, Luís Tarroso Gomes, garante não compreender a posição da autarquia que acabou por causar transtornos à organização do evento. “Não há explicação para que isto aconteça. A não ser mais um episódio de uma total falta de vontade do município de falar sobre a Fábrica Confiança”, afirma.
Luís Tarroso Gomes frisa que não recebeu nenhuma explicação da parte da câmara sobre o porquê de não agir de acordo com a lei. “Parece que é uma vontade de estragar a festa” adianta o responsável uma vez que para celebrar os 125 anos da antiga saboaria marcaram presença alguns ex-funcionários com idades compreendidas entre os 80 e os 90 anos.
“A Câmara Municipal de Braga não cometeu nenhuma ilegalidade”, vereador da Gestão das Instalações Municipais.
Em resposta aos microfones da Universitária o vereador com o pelouro da Gestão das Instalações Municipais, João Rodrigues, declarou que a autarquia “não cometeu nenhuma ilegalidade” acrescentando que as pessoas em causa queriam “usufruir de um estatuto especial prejudicando os interesses dos outros cidadãos”.
João Rodrigues explica que o que está previsto na lei é que “em casos de manifestação com desfile deve ser vedada uma das vias quando determinada rua tem mais que uma via”. Ora, segundo o vereador o decreto não é aplicável nesta situação, uma vez que a iniciativa não contava com 500 ou 600 pessoas, logo por isso o espaço existente nos passeios era suficiente.
