“Há 300 milhões para 1000 KM de vias cicláveis”

O Secretário de Estado da Mobilidade, quer tornar Portugal um país mais sustentável e amigo do ambiente. Na sessão de abertura do FICIS – Fórum Internacional das Comunidades Inteligentes e Sustentáveis – José Mendes relembrou as metas que estão estabelecidas até 2050 e o caminho definido pelo Governo para atingir os objectivos.

Os modos suaves de mobilidade, a pé ou de bicicleta, são um dos pontos centrais ao nível ambiental.

Em Portugal, o uso da bicicleta anda muito longe das percentagens europeias.

“A semana passada apresentei a Estratégia Nacional para a Mobilidade Activa, que define 51 medidas para que possamos, em 2030, atingir uma quota de utilização do modo ciclável nas viagens quotidianas acima da média europeia, que hoje é de 7,5%”. Os censos de 2011, lembrou, dizem que “0,5% das viagens são feitas de bicicleta. Em 2030 o objectivo é que o modo ganhe uma quota de 7,5%”.

Também o número de quilómetros de ciclovia deve crescer, passando de dois a dez mil quilómetros. “Já em 2023 pode atingir-se os 6 mil e 500 quilómetros, uma vez que as autarquias estão a apostar nas ciclovias, investimentos no âmbito do Portugal 2020”.

Nesta sentido, o Governo quer ainda apostar numa Rede Nacional de Interconexão ao nível municipal, “para permitir as viagens entre aglomerados através da bicicleta de assistência eléctrica”.

O programa Portugal Clicável 2030 prevê que até 2030, utilizando fundos comunitários, se invistam “300 milhões de euros para mil quilómetros de vias de interconexão cicláveis”. Uma ideia alinhada com a redução, até 2050, de “50% da sinistralidade”.

O processo de transferência modal tem como foco o transporte público, que está no “centro das políticas” governamentais.

O objectivo é “transferir viagens de transporte privado para público, através de melhor transporte publico, aumento da oferta e seguramente jogando sobre o tarifário”. “Em vigor em todo o país, o PART – Programa de Apoio à Redução Tarifária – visa reduzir substancialmente o preço dos transporte público em Portugal”.

Portugal deve passar de 68 para 12 milhões de toneladas de emissão de CO2  até 2050

Uma das metas passa por reduzir os 68 milhões de toneladas de emissões de CO2 para os 12 milhões de toneladas e tornar o país carbonicamente neutro até 2050.

O Governo tem também em marcha um Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC), que determina os objectivos a atingir, até 2030, no sector da energia e dos transportes. “No sector da energia, o PNEC estabelece como meta uma incorporação de fontes de energias renováveis de 47%. Só no sector eléctrico deve atingir-se os 80%, Portugal tem actualmente perto de 60%”, adiantou o governante.

No sector da energia, relembrou o secretário de Estado, há “duas ou três medidas que vão exigir grande investimento: o descomissionamento das duas centrais a carvao, sendo que temos que garantir a capacidade de injectar energia na rede quando as renováveis não estão a produzir. Por isso é que a outra medida é fazer crescer aquilo que é a produção solar”. Até 2030, é expectável que tenhamos “uma capacidade instalada de 30 gigawatts”.

Plano de Renovação de Frotas aposta em “709 autocarros” amigos do ambiente 

Ao nível dos transportes, o compromisso com a Comissão Europeia passava inicialmente por reduzir, até 2030, as emissões em “26% face aos valores de 2005”. Com o PNEC, “a ambição passa por reduzir a 40%”, para isso “é necessária a entrada das energia renováveis no sector”.

“Da componente renovável, 90% é assegurado pelos biocombustíveis e 10% energia eléctrica”. Até 2030, a meta é reduzir a “1/3 os biocombustíveis, porque a tecnologia eléctrica não responde ainda satisfatoriamente para os transportes de longa distância, e termos 2/3 de energia eléctrica no sector”. Podemos ter, no final da década, 7 a 8% de incorporação de hidrogénio”, completou José Mendes.

Ao nível da transição modal há algumas estratégias definidas pelo Governo.

“Transferir os veículos de motorização a combustível fóssil para motorização eléctrica” é um dos objectivos. A este propósito, “Braga é um exemplo de que os carregadores da rede mais antiga apresentam problemas e há uma parte inoperacional, que estamos em processo de os substituir todos”.

Além disso, recordou, há “uma rede nacional e um modelo de gestão da mobilidade eléctrica”.

Desde ontem, esclareceu José Mendes, as áreas de carregamento estão disponíveis “nas áreas de estacionamento e passa a haver um modelo de negócio, em que os operadores instalam áreas de carregamento nos parques e podem cobrar a respectiva energia eléctrica”.

O secretário de Estado recordou ainda o Plano de Renovação de Frotas, com “709 autocarros, financiados pelo Portugal 2020, muitos dos quais em Braga, dos quais 153 são eléctricos e os outros são a gás natural, mais amigos do ambiente”.

José Mendes defende um sistema partilhado de veículos, relembrando a aprovação, difícil mas já estabilizada, da Lei Uber”.

FICIS tem em vista “afirmação das cidades como polos de desenvolvimento para o bem-estar das comunidades”

Ana Fragata, responsável pelo evento, reforçou, na sessão de abertura, que o FICIS “afirma-se crescentemente como o evento de referência no âmbito das Smart Cities”, sendo “o evento da região Norte que congrega num único espaço ciência, empresas e pessoas, num triângulo virtuoso, com vista à afirmação das cidades como polos de desenvolvimento baseado na inovação para o bem-estar e felicidade das comunidades”.

“Cidadãos informados e comprometidos com a comunidade a que pertencem são um pilar fundamental para o desenvolvimento económico e social. Por isso o FICIS é um lugar aberto a todos”, acrescentou.

O FICIS decorre até quinta-feira, no Museu D. Diogo de Sousa. 

Áudio:

José Mendes, secretário de Estado da Mobilidade, e Ana Fragata, responsável pelo FICIS, na sessão de abertura do Forum. 

Liliana Oliveira
Liliana Oliveira

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