Hipismo. Famalicense de 21 anos fala sobre a sua paixão

João Pedro iniciou-se na modalidade com cinco anos, por iniciativa dos pais. Ao contrário do que é frequente nesta modalidade, ninguém da sua família praticava o desporto. Em 2015, foi quinto classificado no Global Champions Tour, uma liga milionária organizada nesse ano em Cascais. A entrada nesta competição pode custar cerca de 25 mil euros, no entanto, como o concurso decorreu em Portugal, a comissão organizadora tinha direito a convidar cinco cavaleiros protugueses e jovem famalicense foi um deles. Após a competição, a sua vida mudou completamente. Hoje, dedica-se a 100% ao hipismo, uma das modalidades abordadas na emissão especial da RUM dedicada ao Dia Mundial da Rádio.
Para além das competições de saltos de obstáculos, o cavaleiro treina seis cavalos. No total dedica seis horas diárias ao desporto pois só desta forma é possível criar uma relação com os cavalos. Fruto da sua paixão pela modalidade, João Pedro desistiu do curso de Direito para fazer do hipismo vida.
O jovem famalicense destaca que este não é um desporto que faça parte da cultura portuguesa, o que torna ainda mais dispendioso praticar a modalidade. “O país não se dedica à produção de cavalos para esta vertente do hipismo, ou seja, como não há cultura, é essencial importar cavalos”, explica. Um cavalo pronto para alta competição pode custar 1 milhão de euros e por isso em Portugal é impossível ter acesso a esses animais. Segundo o cavaleiro, o mais frequente é comprar cavalos mais inexperientes, mais baratos, para depois prepará-los para a alta competição.
No mundo do hipismo, os patrocinadores são essenciais para permanecer na modalidade. João Pedro admite que esta é uma tarefa complexa para os cavaleiros portugueses, porém sublinha que “Portugal tem vindo a investir na modalidade, o que faz com que os cavaleiros já tenham mais visibilidade”.
Um desporto muito complexo que depende do tipo de animal que o cavaleiro monta. Um cavalo mais delicado tem tendência a ter uma melhor performance em saltos verticais, enquanto um cavalo com mais força costuma ter um desempenho melhor nos saltos mais largos.
Neste momento, o jovem famalicense está a competir em Espanha, na rota Sunshine Tour. Tratam-se de seis semanas de preparação para as próximas competições mais importantes, em Junho e Julho.
Áudio:
O cavaleiro fala sobre o porquê do hipismo ser uma modalidade pouco acessível em Portugal.
