Trabalhadores do H. de Braga em greve exigem à tutela ajuste rápido

230 trabalhadores do Hospital de Braga estão a caminho do Ministério da Saúde, em Lisboa, onde esperam obter da tutela uma data fixa para a adaptação das respectivas situações contratuais aos restantes profissionais dos hospitais públicos. Representam os cerca de 650 trabalhadores que ainda não viram a sua situação actualizada com a transição do Hospital de Braga a Entidade Pública Empresarial.
Reconhecendo o esforço por parte deste novo Conselho de amdministração do Hospital de Braga, o porta-voz do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte, Orlando Gonçalves, exige um compromisso, por parte da tutela, para a aplicação dos Acordos Colectivos de Trabalho.
Sindicato elogia nova administração do Hospital de Braga
Em declarações à RUM ao final desta manhã, Orlando Gonçalves começou por se congratular com a nova administração que “tudo fez nos últimos dias para desconvocar a greve e resolver os problemas”, anunciando mesmo a resolução de alguns deles, “nomeadamente a aplicação do decreto de lei 29/2019 que dá direito aos 635 euros e um subsídio de alimentação igual para todos”. A partir de Novembro esse será o valor pago aos referidos trabalhadores, contratados no período da PPP.
No entanto, ainda sem a aplicação dos Acordos Colectivos de Trabalho, os trabalhadores decidiram continuar a luta. “O Ministério não quis comprometer-se com uma data fixa. Soubemos, através do Conselho de Administração, que a tutela iria fazer os possíveis para a sua aplicação em Janeiro. Se a senhora Ministra se tem comprometido com a data de Janeiro com um compromisso sério e firmado, não haveria greve hoje”, disse à RUM o sindicalista.
Os trabalhadores chegam à porta do Ministério da Saúde ao início da tarde na expectativa de obter o compromisso por parte do Governo e lembrando que “não serve qualquer data”. “Quanto mais rápido melhor. Queremos mas não serve qualquer data. Até ao final do ano, se se comprometerem, provavelmente as coisas acalmam. Se não houver esse compromisso, os trabalhadores estão na disposição de continuar a lutar pelo que é um direito deles”, explicou Orlando Gonçalves.
Trabalhadores sentem-se injustiçados
Os profissionais do Hospital de Braga sentem-se “injustiçados”, considerando que a desculpa do Ministério da Saúde de que “ainda não houve tempo para rever as situações, não colhe”. “Teve todo o tempo para analisar os contratos, quais eram as situações e para fazer as contas. É uma EPE há dois meses, mas já há muito que se sabe”, lembrou.
“São muitas situações. Estamos a discutir com a tutela” – Presidente do Hospital de Braga
Ora, precisamente esta terça-feira à noite, em entrevista ao programa da RUM Campus Verbal, o presidente do Hospital de Braga, João Porfírio Oliveira assumiu o esforço da nova administração junto da tutela, ainda que sejam “muitas situações e situações diferentes”. “Estamos a discutir e a analisar com a tutela. Há classes completas”, justificou.
Hoje, de acordo com o sindicato, o Hospital de Braga estará a funcionar com serviços mínimos, uma vez que a quase totalidade dos 650 trabalhadores abrangidos aderiu à greve. O Hospital de Braga não se pronuncia sobre os números da adesão. Também ontem, João Porfírio de Oliveira reconheceu o impacto negativo das paralisações em qualquer unidade de saúde. “Tudo o que não gostava de ver era o Hospital de Braga a parar e não dar os cuidados de saúde que as pessoas precisam. Cada greve significa um atraso na prestação de cuidados. Cada greve significa que todos os outros profissionais páram. Só os serviços mínimos é que avançam e isso significa custos enormes para a entidade e para o Hospital”, justificou, ainda que reconhecendo a legitimidade dos profissionais para se fazerem ouvir.
