ICVS abre portas no estudo da origem do declínio cognitivo
Um estudo do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Universidade do Minho foi publicado na conceituada revista “Scientific Reports”, do grupo Nature. Desenvolvido pela Universidade do Minho (UM) em parceria com várias instituições de ensino internacionais, o estudo mostrou, pela primeira vez, que os idosos com melhor desempenho cognitivo têm uma atividade cerebral mais intensa até quando estão em repouso.
Um dos responsáveis pelo trabalho foi o docente Nuno Sousa, que à RUM destacou a dinâmica internacional do projecto. “Há vários países a trabalhar em conjunto na aplicação de novas metodologias, para análise de dinâmicas destes estado de conectividade funcional no cérebro. Tal só poderia ser feito juntando os saberes de gente que trabalha em múltiplos locais e isso enche-nos de orgulho”, admitiu.
A investigação pode abrir pistas para perceber a origem do declínio cognitivo e o processo natural de envelhecimento, de acordo com Nuno Sousa. “É sabido que, com a idade, há uma perda e deterioração das nossas funções cognitivas, algo muito variável de indivíduo para indivíduo. Este tipo de estudos permite entender um pouco melhor quais os factores que fazem com que aconteça cedo ou de forma mais acentuada. Ao permitir isso, abre uma janela de esperança para que possamos preparar um conjunto de intervenções positivas que façam atrasar ou inverter o grau de declínio cognitivo”, referiu.
Na prática, o estudo das pessoas em repouso “permite fazer a distinção daqueles que têm melhor desempenho cognitivo dos que têm menos”. Com este estudo, entende-se melhor “quais são os mecanismos na base dessas diferenças”, explica Nuno Sousa. “Há depois um conjunto de estudos prévios do ICVS que demonstram que isso está associado a maiores níveis de educação ou a uma vida mais saudável”, exemplificou.
