IE vai formar 20 mil professores em Angola
O Instituto de Educação da Universidade do Minho (IE) vai ficar responsável pela formação de 20 mil docentes, em Angola, nos próximos 10 anos. A iniciativa está inserida no Programa Nacional de Formação e Gestão do Pessoal Docente que está previsto arrancar no próximo ano lectivo angolano, ou seja, em Fevereiro de 2020.
Recorde-se que os Governos de Portugal e Angola assinaram, no dia 23 de Novembro de 2018, um memorando de entendimento sobre a cooperação no domínio de formação e gestão do pessoal docente. Até esta quarta-feira, 10 de Julho, a delegação angolana de 16 representantes vai reunir com o comité do IE.
Aos microfones da RUM o secretário de Estado do ensino superior de Angola, Eugénio Silva, explica que este é um programa “estratégico” que visa “dotar o sistema educativo de uma qualificação mais adequada e com um melhor desempenho”. As formações vão decorrer primeiro junto dos formadores para depois estes trabalharem junto dos professores das cidades de Benguela, Huíla e Luanda.
O coordenador da missão, Gildo Matias José, acrescenta que este projecto tem em vista “responder às necessidades numa perspectiva quantitativa”. O programa está definido para, no fundo, dar uma resposta global ao ensino passando também pela “administração das instituições escolares”.
Pela voz do secretário de Estado ficaram claras quais as características que levaram à escolha da UMinho como parceira para a execução deste programa. Eugénio Silva destaca o “reconhecimento internacional” da academia minhota no domínio da formação de educadores e professores. Outro factor diferenciador está relacionado com o facto da academia minhota ter sido a casa de vários membros da delegação, ou seja, os representantes conhecem “directamente o trabalho feito na UMinho”.
Segundo o presidente do IE, Leandro Almeida, esta primeira fase do projecto será para planificar a estratégia de execução. No total serão cinco os coordenadores envolvidos na iniciativa, divididos por três mestrados. “Um ligado ao ensino pré-escolar. No ensino primário nós temos três vertentes: língua portuguesa, matemática e ciências sociais. Também três coordenadores para apoiar este projecto no ensino secundário, sendo que a solicitação é só para a língua portuguesa”, explica o presidente.
Para o reitor da Universidade do Minho este projecto espelha a “vasta experiência do IE na qualificação de recursos humanos”. Rui Vieira de Castro declara que estes pontos fortes do instituto “podem e devem ser colocados ao serviço das instituições e países que se dirigem à academia”.
