Inscrição na parede da Confiança condenada por Ricardo Silva

Ricardo Silva, presidente da Junta de Freguesia de S. Victor, condenou aquilo a que chama um “acto de libertinagem” do Bloco de Esquerda.
Em causa está uma inscrição feita na fachada da antiga Fábrica Confiança onde se pode ler “A Confiança é de todos” e que é seguida do símbolo do partido de esquerda.
O autarca de S. Victor disse que “os partidos devem dar o exemplo e assumirem-se como agentes de responsabilidade”. “Estas atitudes não contribuem para a credibilização da política e dos seus agentes”, afirmou o autarca que lembrou que “a liberdade ainda é diferente da libertinagem”, recordando, contudo, a existência da premissa de aceitar todos os comentários e todas as formas de expressão.
Ricardo Silva considerou que a acção “prejudica de forma lesiva o património” e explicou que não lhe parece bem “que se usem as paredes de um imóvel para se expressar de forma inconsequente o que vai na alma”. O autarca, ao considerar o acto como “censurável”, deixou a mensagem ao Bloco de Esquerda para que o partido “deixe as suas sugestões nos órgãos de direito”, pedindo “mais responsabilidade perante um património que é de todos”.
Bloco de Esquerda assume inscrição e rejeita lições de Ricardo Silva
Ouvida pela RUM, Paula Nogueira, dirigente do Bloco de Esquerda confirmou que a inscrição é da autoria do partido e disse que a “inscrição é um acto político”.
“O Bloco de Esquerda não recebe lições do presidente da Junta sobre a forma como deve actuar politicamente”.
“Fico-lhe grata pelo conselho, mas não necessitamos dele”, acrescentou a dirigente bloquista que afirmou que Ricardo Silva “deveria preocupar-se em evitar que o edifício fosse vendido”.
“Gostava que Ricardo Silva, em vez de condenar actos políticos, que se preocupasse mais em convencer o presidente da Câmara, que é do seu partido, em não vender o que é de todos e a fazer o que prometeu na campanha eleitoral que é fazer da Confiança um Museu da Cidade e um local onde nos revíssemos todos”, concretizou.
