Investigadores detectam esclerose múltipla através dos olhos

Uma equipa da UMinho provou que a esclerose múltipla pode ser detectada pelo movimento ocular.

Os investigadores concluíram no estudo que os portadores de esclerose múltipla levaram mais tempo a iniciar o movimento ocular e, depois, a fixar com precisão o alvo visual.

“As pessoas em vez de fazerem testes mais complicados, olham para uma máquina similar à que os oftalmologistas têm e, através da medição ocular, ao fim de poucos minutos, é feito o diagnóstico”, explicou Paulo Pereira, um dos investigadores.

A velocidade pode estar relacionada com “danos neuronais ou fadiga, porque 80% das pessoas com a doença têm fadiga crónica”, explicou.

O teste foi aplicado a 40 pessoas com esclerose múltipla e outras tantas saudáveis.

Para o investigador este é um método mais barato e menos evasivo, sendo por isso preferível a outro tipo de procedimentos.

 A equipa multidisciplinar da UMinho envolveu o Centro de Física, o Centro de Matemática, o Centro de Biologia Molecular e Ambiental e o Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde, nomeadamente os cientistas Marisa Borges Ferreira, Paulo Alexandre Pereira, Marta Parreira, Inês Sousa, José Figueiredo, João Cerqueira e António Filipe Macedo, sendo este último também da Universidade de Linnaeus, na Suécia.

Os resultados do trabalho foram publicados na revista científica norte-americana “PeerJ”. 


Sobre a esclerose múltipla

A esclerose múltipla surge quando a cobertura das células nervosas do cérebro e da espinal medula é danificada. Isso pode levar à visão dupla e cegueira num olho, além de comprometer funções coordenadoras gerais como sensibilidade, locomoção, força muscular, audição e excreção. Outra consequência, tida muitas vezes como primeiro indicador da progressão da doença, é o défice cognitivo, ao envolver funções como memória de longo prazo, atenção e controlo do comportamento e dos impulsos, como recusar comer um bolo numa fase de dieta.

A doença atinge 5000 a 6000 portugueses (oito casos em cada 10.000), dois terços dos quais são mulheres, e a sua esperança de vida é de menos cinco a dez anos face à média nacional.

 A patologia ainda sem cura deve-se à combinação de factores ambientais, genéticos e infecciosos, como faltar vitamina D, contrair o vírus Epstein Barr e ter alguns genes sinalizados. O tratamento é multidisciplinar, envolvendo às vezes fármacos (para prevenir surtos, proteger o cérebro e a progressão da incapacidade) e, quase sempre, reabilitação (fisioterapia, ginástica, natação, treino cognitivo, atividades sociais, banhos de sol), que pode melhorar significativamente a qualidade de vida do doente.

*Por Liliana Oliveira

Áudio:

Paulo Pereira, investigador da UMinho, explica as conclusões da investigação.

Redação
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