JCP vê faixa retirada das grades da Sá de Miranda

A Juventude Comunista Portuguesa (JCP) de Braga promoveu esta manhã, junto à Escola secundária Sá de Mirada, uma acção de contacto com estudantes com o objectivo de dar a conhecer as propostas comunistas para o ensino secundário.

A juventude partidária, representada por Inês Rodrigues, Alexandra Pinto e Ricardo Brites, levou até à escola uma faixa [ver foto] alusiva à defesa dos direitos dos estudantes, integrada na comemoração dos 45 anos do 25 de Abril. A faixa foi colocada nas grades da Sá de Miranda mas foi posteriormente retirada a pedido da direcção da escola. 

O imbróglio, segundo Inês Rodrigues, “foi um ataque à democracia e à liberdade da propaganda política nas escolas”. A comunista referiu que o sucedido “acontece aqui e em muitas escolas”. “A escola é pública, a fachada é pública e nós podemos afixar propaganda política”, atirou. Na reacção, a directora da Escola Sá de Miranda, Antonieta Silva, respondeu “que a Escola é do Estado, que deve ser preservada, e temos o dever de o fazer” atirando que a colocação da faixa trata-se “de uma postura” que a escola “nunca” tem “como admissível”.


A responsável refutou ainda a ideia de que foi a escola a retirar a faixa. “Pedimos às pessoas para retirá-la e não retiraram. Solicitamos depois a intervenção da Escola Segura [PSP] para, em conjunto com a Escola, incentivar as pessoas a retirar”, reconhecendo desconhecer “como a faixa foi depois retirada”.

Apesar do acontecimento, os membros da JCP encetaram a acção de esclarecimento junto de cerca de 20 alunos. Entre as medidas propostas pelos comunistas para o ensino secundário está uma maior autonomia das escolas no cumprimento de reuniões gerais de alunos.


“Assistimos a graves ataques à democracia nas escolas, como o impedimento, como deve ser, da realização de reuniões gerais de alunos. [As reuniões] devem ser convocadas em tempo de aulas, com direito a falta justificada. Aqui, nesta escola, forçaram a associação de estudantes a convocar a reunião para uma tarde em que ninguém tem aulas e ninguém apareceu. É frequente aqui e noutras escolas e é assustador”.


Os jovens são activos politicamente?

A acção da JCP esteve inserida no mês em que se assinala os 45 anos do 25 abril, um momento histórico da democracia portuguesa que viu nos jovens uma classe fundamental para a revolução. Passadas quatro décadas e meia, como está a actividade política jovem no país? 

“Há uma ideia de que a política não é para jovens, é suja, é má, e que não pode haver dentro das escolas. Por isso, cada vez mais, se vêem os jovens com um sentimento natural de afastamento à actividade política. O que a JCP tenta fazer é levar a política a pontos que os estudantes possam sentir e dizemos que a política é tudo: é o que tu vestes, o que comes e o que tu pensas. Mostrar-lhes que a política não é uma coisa que se faz na Assembleia da República, lá muito longe, mas também na rua”, esclareceu Inês Rodrigues.

Áudio:

JCP fala na importância da actividade política nas escolas secundárias

Pedro Magalhães
Pedro Magalhães

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