“Jogos de tabuleiro têm tido dinâmica muito positiva em Braga”

A Escola de Ciências e o Centro de Matemática da Universidade do Minho têm a, partir desta Sexta-feira, um conjunto de jogos de tabuleiro em que a matemática é protagonista.
O conjunto de jogos de tabuleiro insere-se no projecto “Armário 65”, uma iniciativa promovida pela Cidade Curiosa, associação que venceu, em 2017, o Orçamento Participativo do município. A apresentação do projecto decorreu esta manhã no Centro de Matemática da Universidade do Minho e contou com a presença de responsáveis da própria Universidade, da Cidade Curiosa e da autarquia de Braga.
Cláudia Araújo, do Centro de Matemática da UMinho, explicou, na apresentação do projecto, que “os jogos presentes permitem desenvolver competências fundamentais para a matemática, como o estar a pensar em estratégias ou o estar a antever, ferramentas que os matemáticos utilizam quando abordam problemas”.
Os jogos de tabuleiro – que vão desde os modernos Caravelas, NMBR9 e Millions até clássicos como o Risco – são disponibilizados pela associação Cidade Curiosa. Desde que venceu o Orçamento Participativo, a associação tem vindo a promover o jogo de mesa como um modo de inclusão social e proximidade comunitária. É responsável, por exemplo, pela ludoteca do Parque da Ponte, espaço que, de acordo com o responsável Alberto Pereira, “tem vindo a ser, surpreendentemente, muito procurado pelos jovens, que percebem que têm ali uma forma de se divertirem em conjunto de forma saudável, sem recorrerem ao álcool ou ao fumo”.
A associação vai agora alargar o seu raio de acção e migrar os seus recursos para a Universidade do Minho, opção que Alberto Pereira justificou com a necessidade de “dar um passo em frente”. “O projecto tem o propósito de levar o jogo às comunidades, nas vertentes de inclusão e socialização, mas aqui, na UMinho, será um dado um passo em frente, relacionado com a parte da investigação”.
Com o surgimento das aplicações móveis, não haverá a tentação de se questionar se os jogos de tabuleiro não serão um pouco… anacrónicos?
Não, respondeu taxativamente Alberto Pereira . O responsável da associação Cidade Curiosa referiu que as convenções de jogos de tabuleiro têm cada vez mais procura, ressalvando, contudo, que as “aplicações móveis são agora complementares aos jogos analógicos”.
“Os públicos são os mesmos e nota-se a parte tecnológica a ir aos jogos de tabuleiro e vice-versa. Estes mundos não são antagónicos, são, na realidade, o mesmo mundo”, apontou.
A representar a Câmara de Braga esteve Sameiro Araújo, vice-presidente do município, que apontou a “dinâmica dos jogos de tabuleiro” no concelho. “A ludoteca tem jogos de toda a espécie e vamos replicar este projecto noutros espaços e escolas”, assinalou, antes de deixar o desafio à Escola de Matemática da UMinho em “desenvolver um jogo de tabuleiro sobre Braga, que seria a cereja no topo do bolo do trabalho que a Cidade Curiosa está a fazer”.
