Kazuo Ishiguro vence Nobel da Literatura 2017

O escritor britânico Kazuo Ishiguro venceu, esta quinta-feira, o prémio Nobel da Literatura. O anúncio foi feito ao meio dia em Estocolmo, pela Academia sueca que justificou a escolha de Kazuo Ishiguro por ser um escritor que “em romances de grande força emocional, revelou o abismo por detrás da ilusória sensação de ligação com o mundo”.
Mais uma vez, as casas de apostas falharam. Tal como vem sendo hábito, António Ferreira, responsável pelo ‘Leitura em Dia’ e ‘Livros com RUM’ reconhece que se trata de mais um nome inesperado e deixa críticas à Academia Sueca apontando outros nomes da literatura.
Só na Grã-Bretanha “há uma série de escritores que são bem melhores”, começa por referir à RUM, António Ferreira.”A capacidade dele muito criativa em termos de literatura são os primeiros livros”, analisa, referindo que “começa com três grandes romances”. ‘As Colinas de Nagasáqui’ é o título do primeiro romance. Entre os “bons livros”, assinala ainda “Os despojos do dia”, um romance adaptado ao cinema com Anthony Hopkins como protagonista. Para António Ferreira, “Os inconsolados” pode muito bem ser considerado “o melhor romance” de Kazuo Ishuguro.
Depois disso, o comentador lamenta o caminho seguido pelo romancista que “começa a entrar numa espécie de anuência perante os apelos do público leitor” e dedica-se mais a “temas fracturantes da transição para o século XXI” com obras mais viradas para a ciência e inteligência artificial.
“Amos Oz é o grande escritor vivo e continua a ser menosprezado pelo Comité Nobel” – António Ferreira
António Ferreira não esconde que Kazuo Ishiguro é “um bom escritor”, mas deixa mais críticas ao comité: “A literatura argentina continua de fora e há grandes escritores na Argentina”, alerta destacando César Aira.
Ainda assim, Amos Oz, escritor israelita é para António Ferreira “o grande escritor vivo” que continua a a ser “menosprezado” pela Academia Sueca.
