Laborinho Lúcio e Frei Bento Domingues recebem honoris causa

A Universidade do Minho conta com dois novos doutores honoris causa. Esta sexta-feira, 15 de Fevereiro, a academia minhota atribuiu as vestes talares e os símbolos da área de conhecimento e da UMinho aos dois distinguidos, Álvaro Laborinho Lúcio e Frei Bento Domingues.
Duas personalidades que se têm distinguido nas áreas da cultura, economia e acção social em Portugal e além fronteiras. O reitor da UMinho sublinha “o compromisso com a verdade” de ambos os laureados através dos seus trabalhos assim como na vida. Para Rui Vieira de Castro é de louvar a forma como “procuram orientar todas as suas acções com uma atitude de honestidade intelectual e uma grande disponibilidade”. Valores que se reflectem num compromisso com o bem comum.
“Vozes livres, espíritos criativos, pensadores do mundo e, nele, do humano, pessoas comprometidas com a acção. Estas são características dos mais jovens doutores da nossa academia. Características que valorizamos, expressão de percursos de vida que assumimos como inspiradores, para nós comunidade universitária e para o nosso país.”
Também o Ministro da Educação, deixou uma palavra especial aos dois laureados pela academia minhota. Para o Tiago Brandão Rodrigues, os distinguidos são “duas figuras que se destacam pela sua irreverência e, a cima de tudo, pela forma como nos desacomodaram ao longo de décadas”.
As declarações dos doutores honoris causa da UMinho
Homem do norte, Frei Bento Domingues nasceu em Travassos uma pequena freguesia situada na vila de Terras de Bouro. Aos 19 anos decidiu entrar para a Ordem dos Pregadores, instituição que conta com mais de seiscentos anos em Portugal. Esteve exilado no Porto e em Roma, devido à exposição “O Mundo Interroga o Concílio” que foi encerrada pela PIDE, experiência que descreve como enriquecedora.
Dedica toda a sua vida a “escrever o pensamento teológico no espaço público”. Aos microfones da RUM explicou que o objectivo sempre foi demonstrar “que as coisas podem ser vistas de várias formas” e mostra-se feliz por ainda com 84 anos “intervir na sociedade”, sendo que escreve há 25 anos para uma coluna semanal de um jornal. Frei Bento Domingues declara ainda ser “uma honra ser distinguido por uma universidade tão prestigiada”.
Na escola disseram que não deveriam esperar grandes coisas dele, hoje em dia Álvaro Laborinho Lúcio colecciona galardões. Licenciado em Direito e Mestre em Ciências Juridico-Civilísticas pela Universidade de Coimbra, o laureado é, actualmente, juiz conselheiro jubilado do Supremo Tribunal de Justiça.
De frisar que entre 2013 e 2017 foi presidente do Conselho Geral da UMinho, posição onde teve uma acção muito relevante e reconhecida. Ao longo da cerimónia o laureado mostrou-se emocionado com a distinção. Em declarações à RUM utilizou, simplesmente, a palavra “felicidade” para descrever o momento.
“Fiquei muito comovido na perspectiva em que o sentimento de honra é sempre gerador de comoção. Não estava a espera que acontecesse”.
Áudio:
Declarações dos laureados, Álvaro Laborinho Lúcio e Frei Bento Domingues. E ainda do reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro e do Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.
