Liberdade de imprensa “está longe do ideal” – Luís Santos

A liberdade de imprensa no país e em Braga “está longe de ser ideal”. A opinião é de Luís Santos, professor no Departamento de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho e antigo jornalista da BBC, Diário de Notícias, Jornal de Notícias e TSF.
Em declarações à RUM no âmbito deste Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, o docente da academia minhota admite que o estado actual da imprensa regional continua a preocupar. “Temos uma imprensa regional que vive com enormes dificuldades, muitas deficiências, e em muitas circunstâncias encostada às únicas forças que garantem o seu sustento, que são as forças políticas do momento naquela região”, começa por analisar. Circunstâncias que “não são boas para a qualidade da democracia”.
Olhando para o caso da imprensa regional em Braga, o professor do curso de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho recorda que os media “sempre foram ententidos como espaços de apropriação” e que esta percepção “vai demorar tempo a mudar”. Luís Santos defende “uma outra postura” dos jornais locais “relativamente à política, aos agentes políticos do momento e aos problemas sérios e aos grandes debates que a cidade precisa”. Para o docente, “a variedade é importante”, e a imprensa local deve “fazer um esforço maior de prestação de serviço público à comunidade e não apenas gestão de interesses”. Ainda assim, Luís Santos sublinha que “o que se passa em Braga não é muito diferente do que se passa no resto país”.
(Luís Santos. foto: Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho)
CECS organiza debate intitulado “As redes e a liberdade de expressão”
Na Universidade do Minho, para assinalar este Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, o Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade apresenta o Communitas, um think tank que “tem como grande objectivo aproximar-se da comunidade que serve”.
Na primeira acção pública debate-se “As redes e a liberdade de expressão” com Paulo Brandão, programador do Theatro Circo, Jean Martin Rabot, professor de Sociologia na Universidade do Minho, e Joaquim Fidalgo, professor de Jornalismo na Universidade do Minho e membro da equipa fundadora do jornal Público.
A ideia é que o debate não se centre do jornalismo. Luís Santos sublinha que “jornalismo e democracia não podem desligar-se de questões mais abrangentes que envolvem outras áreas”. O evento vai decorrer na Sala de Atos do ICS, a partir das 17h00 desta quinta-feira.
Áudio:
“A comunicação social em geral vive momentos de enorme fragilidade” – Luís Santos
