Lino Lima integra toponímia de Famalicão

No dia do centenário do nascimento de Lino Lima, a Câmara Municipal de Famalicão iniciou um programa “vasto” de homenagem ao homem que em Famalicão e no país lutou pela liberdade e democracia. Foi também deputado do PCP na Assembleia da República e um respeitado advogado no concelho famalicense.
Esta terça-feira, Jerónimo de Sousa juntou-se ao momento de evocação de Lino Lima com quem privou durante vários anos na luta política, na história do PCP e na Assembleia da República.
Antes da cerimónia solene que decorreu no Salão Nobre da Câmara Municipal de Famalicão, Paulo Cunha e o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, descerraram a placa de Lino Lima, que integra agora a toponímia de Famalicão dando nome a uma praceta bem próxima do edifício da Câmara Municipal.
Seguiu-se a abertura da exposição “Lino Lima – Uma Vida pela Liberdade”, no átrio dos Paços do Concelho e uma sessão solene, que contou com a intervenção de Jerónimo de Sousa, de Paulo Cunha e de José Manuel Gonçalves de Aguiar, familiar de Lino Lima.
Quem foi Lino Lima?
Lino Lima eve uma intensa atividade política, inicialmente na clandestinidade e, no final da grande guerra na “luta legal”, ligando-se aos movimentos políticos criados ou apoiados pelo PCP, como o MUNAF e o MUD, a cujas comissões nacionais pertence.
Esteve com as candidaturas presidenciais de Ruy Luís Gomes e Humberto Delgado, participando ativamente nas eleições legislativas para a Assembleia Nacional de 1957 e 1969, assim como nos Congressos Republicanos de 1957 e 1969, e no Congresso da Oposição Democrática de 1973, onde tem um papel destacado, integrando as respetivas Comissões Nacionais e Executivas e ao fazer intervenções políticas.
Tornou-se Líder da Oposição Democrática do Distrito de Braga, que nos anos 60 ousou autodenominar-se “Os Democratas de Braga”, granjeando notoriedade nacional ao lado de Victor Sá, Santos Simões, Humberto Soeiro e Eduardo Ribeiro.
“Em toda a atividade política de combate à ditadura, ao longo de mais de três dezenas de anos, Lino Lima evidenciou uma nobreza de caráter, de coragem e de combatividade, que fizeram dele um adversário político temível, que nunca cedeu e o tornaram um símbolo da liberdade. Viveu o dia da revolução de 1974 com enorme alegria, deixando cair no rosto as lágrimas que sempre conteve perante a PIDE”, referiu o historiador Artur Sá da Costa que coordenou o programa das comemorações.
Comemorações do centenário continuam ao longo do ano
O programa de comemorações do centenário de Lino Lima recebeu contributos do PCP, convidado pelo executivo de Famalicão para a elaboração do mesmo. Na cerimónia solene desta tarde
O programa evocativo vai prolongar-se ao longo de 2017 contando ainda com a realização de um colóquio sobre a plurifacetada personalidade de Lino Lima: o cidadão, o advogado, o oposicionista à ditadura, o deputado, e a edição de uma brochura com depoimentos/testemunhos de familiares e amigos.
