Manifestação não trava parque de estacionamento em Guimarães

O executivo de Guimarães foi esta manhã surpreendido por uma manifestação à porta dos Paços do concelho, antes da reunião de câmara. Em causa, a proposta de construção de um parque de estacionamento adjacente às ruas da Caldeiroa, Liberdade e Camões e que consta na ordem de trabalhos da reunião do executivo vimaranense. “Queremos discussão e não imposição”, ou ‘Sr. presidente suspenda a votação para adjudicação da obra do parque de estacionamento” eram algumas das palavras de ordem que se podiam ler nos cartazes. 

Apesar disso, a proposta foi submetida a votação há instantes e contou com os votos a favor dos vereadores do PS e do vereador da CDU, apesar dos votos contra da coligação Juntos por Guimarães.


Esta semana a coligação Juntos por Guimarães tinha apelado a retirada do ponto da ordem de trabalhos, apelando à discussão do assunto e realização de estudos, justificando ainda que a decisão pode trazer consequências negativas que terão de ser resolvidas pelo próximo executivo, eleito nas autárquicas de 1 de Outubro.


Entre os manifestantes desta manhã estava o porta-voz da assembleia popular da Caldeiroa, constituída por moradores e utilizadores daquela zona da cidade berço. Aos microfones da RUM, Max Fernandes alertou que “não foram apresentados estudos que provem cabalmente que é necessário o parque de estacionamento”, acrescentando que “se se provar que não é eficaz integrado na mobilidade para a cidade, depois terão de ser indmnizados empreiteiros”, e outros.


Apelando à “ponderação” do executivo socialista, aquele vimaranense lamentou ainda outras consequências, entre elas a impermeabilização de Guimarães quando a cidade prepara a sua candidatura a Capital Verde Europeia e a desconsideração pelos agentes culturais instalados numa antiga fábrica da Caldeiroa: “Seria um bom momento para dizermos que não vamos impermeabilizar mais”, começou por referir, adiantando ainda para o risco do património arqueológico, uma vez que existem tanques de curtimenta”. A preocupação cultural é generalizada, uma vez que o projecto de estacionamento vai “despejar uma fábrica que tem sido ocupada por artistas desde 2012 e que estavam a reabilitar o espaço” onde existe também uma “galeria informal”. “Sendo uma ex capital europeia da cultura faz todo o sentido que apoie a produção artística local”, acrescentou.

Além disso, o porta-voz da assembleia popular da Caldeiroa sustenta que este novo parque de estacionamento na cidade é desnecessário.

“Parque de Camões foi escolha dos vimaranenses”, garante autarquia


Na justificação do voto contra, o vereador da coligação Juntos por Guimarães, André Coelho Lima, lembrou os custos que a aprovação poderá ter para os cofres municipais, algo que “não pode ser ignorado”. O social-democrata sublinou que, caso nas autárquicas vença uma força política que não o PS, o projecto poderá não avançar. “Isto poderá implicar responsabilidades indemnizatórias, o que é desnecessário. É teimosia politica”, qualificou.

Do lado da autarquia, o Partido Socialista lembrou que o projecto do Parque de Camões estava previsto no programa eleitoral socialista, e, por isso, foi escolhido pelos vimaranenses. José Bastos, vereador da cultura, lembrou que o processo já remonta a 2013, já que este já estava previsto numa Área de Reabilitação Urbana, com publicação em Diário da República. “No documento estava escrito que uma das intervenções prioritárias era o Parque de Camões e eram as claras as especificidades do projecto, como o número de lugares e o investimento previsto”, garantiu. “Defender-se dizendo que não há legitimidade política para concluír um processo que se iniciou desde 2013, que teve aprovacção unânime na Câmara e esmagadora maioria em Assembleia Municipal, é algo que tenho alguma dificuldade em perceber”, criticou.


Ainda que considere que não houve discussão pública suficiente acerca do projecto, o vereador da CDU defendeu que o Parque de Camões responde às necessidades da cidade. “Caso no próximo acto eleitoral sejam atribuídas responsabilidades de gestão à CDU, admitimos que o Parque de Camões responde às necessidades da cidade, mas não estaremos disponvieis para discutir novos aparcamento nos próximos tempos”, avisou.


Por sua vez, o autarca Domingos Bragança  garantiu que a Câmara está preocupada em requalificar o local.

“Entendemos preservar o patrimonio arqueológico no local, nomeadamente os tanques de curtimentos. Este projecto vai permitir devolver os tanques à cidade e preservá-los para futuro. Quem for ao local entre as ruas da Liberdade, Camões e Caldeiroa, até se assusta”, disse o autarca.  


Na final da reunião municipal, dois cidadãos confrontaram o autarca Domingos Bragança, precisamente no sentido de discutir a necessidade de criar um novo parque de estacionamento na cidade.


c/Mafalda Oliveira

Elsa Moura
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