“Manta contribui para a relação íntima entre público e artistas”
Aquele que é já um dos eventos indissociáveis da cultura em Guimarães regressa esta sexta-feira. O festival Manta, que decorre até sábado, traz este ano Bruno Pernadas, Momo, Holly Miranda e Serushio ao jardim do Centro Cultural Vila Flor (CCVF).
O Manta acontece há já 13 anos e marca a rentrée cultural da Oficina, cooperativa responsável pela gestão de alguns dos mais importantes espaços culturais em Guimarães. Rui Torrinha, programador do festival, sublinha à RUM que o evento demarca-se de muitos outros do género pela “vibração que se estabelece na forma como se vivem os concertos”. A vibração, explica, passa pelo Manta “contribuir para a desaceleração e relação íntima do público e dos artistas, numa sociedade cada vez mais acelerada”.
O programador destaca que o Manta apela “a um público diversificado, de diferentes modos” e considera esse factor “único, porque o acesso é livre e o ritmo com que as pessoas se deslocam no recinto é da sua própria responsabilidade”. “O Manta tem um lado líquido, de fruição de público, que é muito interessante”, aponta.
À 13ª edição, o Manta continua, no que respeita à programação, fiel ao seu princípio. Este ano traz os nacionais Bruno Pernadas e Serushio, além do brasileiro Momo e da norte-americana Holly Miranda. “O que queremos é chamar a atenção a artistas que, por uma ou outra razão, não têm tanto destaque, mas que nós sentimos que têm argumentos para serem mais valorizados; não sendo artistas reconhecidos acreditamos que têm um lugar por construir”.
Momo é o artista que abre as hostes do festival (sexta-feira, 21h30). O brasileiro, residente em Portugal, vai apresentar o seu novíssimo disco I Was Told to Be Quiet (tem lançamento previsto precisamente no dia 6 de Setembro). Na mesma noite, sobe a palco o português Bruno Pernadas (que Rui Torrinha confidenciou que era um desejo antigo da organização), que vai apresentar temas do disco Those who throw objects at the crocodiles will be asked to retrieve them. Pernadas actua às 22h30 de sexta e, no dia seguinte, às 15h30, num espectáculo pensado para os mais novos. À noite, o palco é entregue a Serushio (sábado, 21h30), banda de Sérgio Silva e que reúne influências do folk americano, e ainda a Holly Miranda (22h30), que depois de ter trabalhado com Lou Reed ou The XX, se lançou a solo em 2015. No relvado do CCVF vai apresentar a sua mais recente edição Mutual Horse (2018).
Todos os espectáculos são de entrada gratuita.
