Manuela Gomes é a 1.ª presidente do I3B’s

Manuela Gomes é a primeira presidente do I3Bs – Instituto de Investigação em Biomateriais, Biodegradáveis e Biomiméticos da UMinho.O I3B’s passa, a partir de agora, a ter assento nos principais órgãos da universidade.
Na sessão da tomada de posse desta quarta-feira, Manuela Gomes não esqueceu o trabalho desenvolvido por Rui Reis no grupo 3B’s, que evoluiu para o agora I3B’s.
O trabalho desenvolvido pelo grupo mereceu também o elogio do reitor, Rui Vieira de Castro, que considera o 3B’s “uma das unidades com maior sucesso dentro da universidade, com enorme prestígio nacional e internacional, responsável por garantir dos mais importantes projectos que a ciência portuguesa conseguiu e que conta com financiamento muito significativo”.
O novo “estatuto”, frisou a presidente, foi “merecido, pelo trabalho desenvolvido”.
“O principal objectivo é que o novo estatuto, e autonomia, nos permita fazer mais e melhor, trabalhar com mais eficiência e a um outro nível, porque vamos ter assento nos principais órgãos da universidade”, disse Manuela Gomes.
Rui Veira de Castro salientou que, a partir de agora, “o I3B’s está no mesmo plano que estão as escolas e institutos da universidade, com os deveres e direitos que daí advêm e com as responsabilidades e grau de autonomia inerentes a esse estatuto”.
Para o reitor, “autonomia e responsabilidade” são as palavras de ordem para o futuro do instituto, que “há-de reservar muito boas surpresas”. “Estou bastante optimista, porque conheço o trabalho que neste instituto é feito”, acrescentou.
Concurso para o novo edifício deve arrancar no início de 2019
A unidade orgânica, localizada no Ave Park, nas Taipas, tem como objectivo crescer, atrair financiamento e apostar na internacionalização. Para isso, as infraestruturas, lembrou a presidente, precisam de acompanhar o crescimento.
Manuela Gomes reforçou o desejo de ver construído um novo edifício, que servirá de base para o Discovery Center, centro de medicina regenerativa e precisão, para o qual está “prevista a contratação de vários recursos humanos”.
“É critico termos onde alojar essas pessoas e os investigadores contractados. Neste momento, temos um problema grave”, recordou.
Rui Vieira de Castro relembrou que se trata de “um edifício para o qual já existe financiamento atribuído”, tendo sido lançado “um primeiro concurso para a sua construção, mas as circunstâncias alteraram-se bastante e os preços praticados hoje revelam se desajustados face ao financiamento obtido”. No entanto, acrescentou, a UMinho está “a trabalhar no relançamento do concurso, que deve ser feito em 2019″. “Da nossa parte haverá todo o empenhamento e compromisso para que o edifício seja rapidamente concluído”, finalizou.
Alexandra Marques, Miguel Oliveira e Nuno Neves acompanham Manuela Gomes nesta nova fase do I3B’s, como vice-presidentes da mais recente unidade orgânica da Universidade do Minho. A sessão contou ainda com a tomada de posse dos membros do conselho científico do I3Bs.
Financiamento de investigadores foi o principal entrava em 2018
Manuela Gomes não escondeu algumas das dificuldades que o I3B’s tem enfrentado. “Este ano foi particularmente difícil”, apontou a presidente referindo-se à falta de financiamento dos investigadores. “O que se passou derivou de um decreto-lei, que nos afectou particularmente por sermos um grupo que, além de gerar um imenso financiamento, nos vimos incapacitados de , em termos práticos, não conseguirmos durante meses comprar um reagente ou um consumível e isso teve um impacto grande na execução dos projectos, mas tambem a nível dos alunos de doutoramento”, explicou.
Na resposta, Rui Vieira de Castro considerou “um disgnóstico justo, reconhecido e assumido”. “Passamos por momentos em que a nossa capacidade de resposta ficou aquém daquilo que seria esperado, mas a verdade é que conseguimos ultrapassar essas dificuldades”, lembrou o reitor.
Manuela Gomes lançou o repto ao reitor e alertou para a necessidade da UMinho tratar o I3B’s de forma “compatível com o financiamento” que este gera. “Sendo o grupo que gera mais financiamento na Universidade, tudo o que vem tem que ser em conformidade com esse estatuto”, sugeriu.
A presidente da nova unidade orgânica da UMinho falou ainda da precariedade e “instabilidade da carreira dos investigadores e do pessoal técnico e administrativo, que, até agora, tem sido suportado pelos fundos dos projectos conseguidos” pelo I3B’s.
Dos 193 investigadores, “apenas quatro pertencem ao staff da universidade, tudo o resto tem posições dentro dos projectos directamente financiados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), mas não têm qualquer vínculo institucional”.
O reitor da UMinho assumiu “a necessidade de fazer a adequada dotação” como um “desafio grande”. “Do ponto de vista da integração da unidade na estrutura da universidade o processo está concluído, mas há um conjunto de etapas subsequentes que têm que ser encaradas como importantes”, acrescentou.
Áudio:
Manuela Gomes, presidente do I3B’s, e Rui Vieira de Castro, reitor da UMinho, falam do futuro do instituto
