Mês de Agosto traz nova vida à Feira Semanal de Braga

Terça-feira é sinónimo de Feira Semanal em Braga. Com o mês de Agosto chegam também os emigrantes que dão uma nova vida ao comércio na Estrada Nacional 101, junto ao Estádio 1º de Maio, onde se encontram milhares de veículos com matricula internacional. A maioria vem de França. 

Comprar na feira semanal é uma tradição que passa de pais para filhos e de avós para netos. Sabores da Terra, calçado e roupa interior continuam a ser as bancas que mais facturam. Porém, mesmo com as ruas repletas de gente, os feirantes garantem que as vendas estão baixas e a falta de condições continua a afastar muitos fregueses. Aos microfones da Universitária foi frisado um desejo já conhecido de todos os bracarenses. O regresso ao antigo Parque de Exposições, actual Altice FORUM Braga. 

Sem casas de banho e em terrenos de terra batida feirantes apontam para perdas de 80%.

Há 25 anos que Antónia Neto é presença assídua na feira semanal de Braga com a sua banca de têxteis para o lar. A afluência garante que já foi maior, sendo que a tendência tem vindo a ser para o “negócio piorar”. A razão está na mudança de instalações, do Antigo Parque de Exposições para a estrada nacional, que contribuiu para uma diminuição de “cerca de 80% das vendas”. 

“Os terrenos em terra não ajudam, as pessoas têm dificuldade em andar com os carrinhos de bebés e muitos andam perdidos porque sabem onde encontrar os artigos que querem. Não há sítio para nada, está tudo misturado” afirma. Quanto à tradição do mês de Agosto, dos emigrantes passarem pela feira, Antónia confessa que já são poucos os que dão continuidade a esse hábito. 

As queixas continuam na banca de Maria de Lurdes Ribeiro. A feirante explica que tem os seus clientes fidelizados, no entanto a falta de condições tem afastado muitos fregueses. “Nem casa de banho temos”, começa por dizer a comerciante que frisa que este foi, até ao momento, “o pior ano em termos de vendas”. 

Já no início da feira semanal, junto à rotunda, está Amélia Oliveira. Há 24 anos que vende calçado português, mas a falta de clientela faz com que esteja a equacionar “não regressar no próximo ano” à feira semanal de Braga. “Não temos condições e os responsáveis pela feira não querem saber. É uma vergonha”, refere.  Quanto às preferências dos clientes, Amélia diz que procuram “artigos de dez euros”. “Coisas baratas” deixando para segundo plano o artigo nacional”. O que acaba por criar dificuldades. 

Chouriço, presunto, queijo mas também roupa, malas e sapatos são os artigos que mais atraem os emigrantes.

Mudam-se os tempos e também as vontades. Há quem diga que a tradição de visitar, pelo menos uma vez, a feira semanal de Braga se mantém. Já outros garantem que não se trata de uma paragem obrigatória. Com os preços a inflacionar e cada vez mais oferta na cidade dos arcebispos, muitos são os que chegam à Estrada Nacional 101 “apenas para passear”. 


É o caso de António Barbosa e Olímpia Barbosa. O casal desvaloriza o facto de ter de percorrer alguns quilómetros para chegar às barracas da feira. Hoje vão em busca de “artigos para o jardim” da casa em Portugal, mas também, confessam, de roupa interior. Quanto ao espaço, Olímpia admite sentir-se “menos segura devido às multidões”, temendo os possíveis carteiristas. 

Visão distinta tem Linda Sousa que há 25 anos que frequenta a Feira semanal, uma vez que os pais já eram clientes assíduos. Esta terça-feira a emigrante procura os sabores da terra, uma forma de recordar o que somos quando estiver fora do país. Em algumas horas de compras estima gastar cerca de 200 euros. 

Ora Maria Vieira é outra bracarense que segue à risca a tradição. Chega com as filhas e netas. Todas procuram “coisas bonitas” para as férias. No sector do vestuário e acessórios como malas pensa ainda ser um bom negócio comprar na feira semanal. 

Vanessa Batista
Vanessa Batista

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