Ministro do Ambiente apela ao uso consciente do plástico

O Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, marcou presença esta sexta-feira na apresentação do projecto Tech Transfer – o Futuro dos Plásticos, que decorreu no Paço dos Duques de Bragança em Guimarães. Para o ministro os portugueses têm de ser mais conscientes na utilização do plástico. Matos Fernandes considera que este é um material com “imenso potencial” no entanto, os portugueses necessitam de repensar as suas opções para assegurar a sustentabilidade ambiental. 

“Não faz qualquer sentido que uma garrafa de plástico tenha três tipos de plásticos diferentes” começou por afirmar o ministro que no seu discurso apelou à diminuição do comodismo de comprar, por exemplo, “pacotes individuais de cebola já cortada”. O ministro pediu uma utilização mais “premente dos recursos como o bioplástico” e evitar a utilização excessiva em produtos descartáveis.

Matos Fernandes destacou o papel da Universidade do Minho e dos seus centros de transferência de conhecimento que têm vindo a contribuir para “origens diferentes na produção do plástico” assim como garantir que o mesmo é “essencialmente reciclado e, também, mais fácil de reciclar”, sublinha. 

Já o presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, aproveitou o momento para anunciar os feitos da região sendo que os concelhos do quadrilátero urbano, Guimarães, Braga e Famalicão, se encontram na lista dos dez mais exportadores do país. Uma distinção que “mostra a inteligência colectiva e o esforço de interligar ciência e empreendedorismo” para conseguir empresas excepcionais na região. 

O autarca utilizou a palavra “orgulho” para descrever o sentimento de contar com a Universidade do Minho na cidade berço pois esta é responsável por um “interface entre o conhecimento e a transferência de conhecimento para as empresas”, factor diferenciador para o resto do país. 

Conferência marca apresentação do projecto Tech Transfer

A Universidade do Minho é a única a nível nacional a oferecer uma formação superior em Engenharia de Polímeros, sendo este um sector de peso no panorama português com 4,5 mil milhões de euros de volume de negócio onde 3 mil milhões são exportações, mais de 1.000 empresas e 22 mil postos de trabalho criados. 

O Director do projeto, Bruno Silva, anunciou que neste momento o Pólo de Inovação em Engenharia de Polímeros (PIEP) já está a trabalhar em iniciativas que se focam na “valorização de plásticos mistos para o desenvolvimento de productos como uma travessa de caminhos-de-ferro” que será utilizada pela Infraestruturas de Portugal. Além disso, há ainda um trabalho realizado a nível internacional, neste caso com a Agência Espacial Europeia, onde desenvolveram “um filamento condutor para impressão 3D de microssatélites”.

Na sessão de abertura, Bruno Silva, do PIEP, enfatizou a ideia de que o plástico, utilizado da forma correcta, é um “material chave em sectores como a medicina, construção civil, transportes e energias renováveis”. Num futuro próximo, para divulgar o projecto, o PIEP vai contar com uma rúbrica em rádio, tv e workshops.