Braga do futuro com apps para transportes públicos e BRT

Braga no futuro. Esta seria a frase que melhor identificaria a iniciativa que o INL – Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, o CeNTI – Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes, e o IPN – Instituto Pedro Nunes promoveram esta terça e quarta-feira. No futuro, as aplicações serão cada vez mais constantes no auxílio aos transportes públicos e os materiais sustentáveis serão recorrentes nos edifícios.
O futuro de que se falou não está assim tão longe. O Hackacity desafiou diferentes vozes, de diferentes áreas e com visões distintas, vindos do INL, da Universidade do Minho ou de agências criativas, de empresas e de equipas de investigação, de Braga e até de Lisboa, a projectarem aquilo que poderá ser Braga no prazo de dez anos.
Mobilidade foi a área com mais propostas. Vencedores sugerem uma aplicação para os transportes urbanos
Dos 46 participantes, a maioria quis apontar caminhos, sobretudo, ao nível da mobilidade. Das cinco áreas a concurso, conheceram-se, esta quarta-feira, os vencedores.
A equipa Kistubid foi a vencedora na área da mobilidade, entre três propostas apresentadas, sugerindo a criação de “uma aplicação para monitorizar os transportes urbanos e perceber, por exemplo, o tempo de chegada às paragens ou que permita comprar o bilhete, usando a tecnologia para melhorar o sistema”, explicou Francisco Guimarães, do departamento de Negócios e Relações Estratégicas do INL.
No que diz respeito ao S.E.N.S.E., um edifício que o INL pretende criar dentro de “dois anos”, a única proposta a concurso, do grupo Be&Sense, sugere a construção “com materiais sustentáveis”, e sugere que o edifício acolha áreas como “incubação de empresas, co-criação e que possa servir de Data Center, ao nível da informação recolhida sobre a cidade”.
Na área da gestão de água e resíduos venceu, entre duas propostas, a ideia da Green City Community, sendo “mais disruptiva e que implica investimento”. A proposta passa por “recuperar a água cinzenta, usada por exemplo para os relvados, são águas que não estão poluídas e que podem passar por um processo de tratamento e voltar a ser utilizadas para circunstânsicas menos relevantes do uso diário”. A ideia é que “os novos edifícios incorporem essas tecnologias”.
Uma outra categoria a concurso apelava às ideias sobre as fachadas dos edíficios. Com dois grupos na corrida, venceu a Genesis, que aposta “nas fachadas como elemento decorativo, através de materiais que induzem energia e mudam a cor do vidro em áreas concretas”. Por fim, também com duas propostas, na categoria Retrofitting, os vencedores pertencem ao grupo Tech 4 Rebuild e propõe o reaproveitamento de materiais de demolições para poder decorar, construir ou remodelar edifícios”.
Ricardo Rio apelou aos participantes que enviassem as propostas para futura análise, deixando a garantia de que o Hackacity voltará em 2020.
Autarquia discute com o Governo a chegada do BRT a Braga
No horizonte de dez anos, o presidente da autarquia espera que a cidade reforce “o papel dos transportes públicos e o uso de modos suaves”. Além disso, apontou ainda Ricardo Rio, poderão surgir “novos sistemas de transporte, que possam responder aos anseios nomeadamnte na malha mais urbana”. “Há um projecto que tem sido discutido com o Governo e está a ser equacionado que é o Bus Rapid Transit (BRT), no sentido de criar uma linha entra a CP e a UMinho, enquanto polos principais de circulação de pessoas no centro da cidade. É algo que requer um investimento substancial, mas temos estado a discutir com o Governo que no horizonte de programação da UE possa vir a ser acomodado”, explicou Rio.
O presidente da autarquia frisou a importância de que seja assegurada “a qualidade de vida que garanta à população o estímulo para residir, visitar, trabalhar, investir ou estudar em Braga”. A cidade terá que crescer “mas dentro de um equilíbrio, com boas infraestruturas, bons equipamentos, e com espaços para lazer ou cultura”.
Ricardo Rio garantiu ainda que ao nível da modalidade, e na sequência da proposta vencedora, nos TUB já há “rotas integradas no google maps” e vai “continuar a incorporar-se informação útil, como é o caso do tempo de espera e de chegada”.
Quanto à gestão de resíduos, o autarca antevê, no prazo de dez anos, uma gestão “mais inteligente, economicamente valorizada, em que os cidadãos percebam que dessa forma estão a contribuir para o bem-estar da comunidade”, havendo também iniciativas “a ser pensadas nessa área”.
