“Nada mudou na mobilidade da cidade desde que Ricardo Rio é presidente”

Artur Feio acusa a maioria do executivo municipal de Braga de que os estudos feitos sobre a área da mobilidade nunca tiveram uma “concretização real”. Numa conferência de imprensa realizada esta sexta-feira, na sede da concelhia do PS, o vereador socialista voltou a criticar o chumbo da proposta de recomendação votada na última reunião de câmara.
Considerando que é “uma das maiores lacunas” que o concelho bracarense tem no dia-a-dia, Artur Feio refere que “nada mudou na mobilidade da cidade, em seis anos, desde que Ricardo Rio é presidente da Câmara Municipal”. “Há um desincentivo para a utilização de meios alternativos de locomoção”, acrescenta, alertando para o “excesso de viaturas” nas zonas urbanas.
Na tentativa de combater este problema, os socialistas apresentaram uma proposta de recomendação, que foi chumbada pela maioria do executivo por conter medidas com um cariz “demasiado técnico”, segundo justificou, na última segunda-feira, Miguel Bandeira, vereador da Mobilidade. Artur Feio não concorda com essa ideia, referindo que foi uma “decisão política” da coligação PSD/CDS, que está à frente dos destinos da autarquia.
“Todas estas medidas são sugestões que melhoram a vida dos bracarenses. Não há vontade de implementá-las. São medidas que o PS pôs em cima da mesa. Isso é que verdadeiramente custa”, acusando o executivo liderado por Ricardo Rio de “não ter vontade de fazer o melhor para as pessoas, mas sim de politicamente ir jogando com interesses”.
Referindo-se a um “desaproveitamento de um conjunto de ideias e de um trabalho que foi levado a cabo pela estrutura política do PS Braga durante algumas semanas”, Artur Feio garante que não vai desistir de implementar algumas das cerca de 40 medidas apresentadas.
Essa possibilidade está em aberto, já que Miguel Bandeira levantou a hipótese de determinadas propostas serem incluídas num plano que a autarquia está a desenvolver sobre esta matéria. A maioria do executivo convidou os vereadores socialistas e da CDU para discutirem este projecto na terça-feira.
“Ficamos surpreendidos quando, apesar do chumbo, o vereador Miguel Bandeira afirmou que muitas das ideias que o PS apresentou afinal iam ser discutidos na reunião”, comenta Artur Feio, exigindo que sejam incluídos os pontos apresentados pelos socialistas.
Medidas para a mobilidade no município influenciam desde zonas escolares até redes cicláveis
O projecto de recomendação do Partido Socialista para a área da mobilidade, centrado na “visão zero” para utilizadores vulneráveis, contempla cerca de 40 medidas. Artur Feio destaca novamente que um dos principas objectivos é o fomento da utilização de bicicletas e de “outros meios não poluentes”.
Entre as várias propostas que se dividem por questões ligadas ao estacionamento, ao encerramento provisório de vias e às passadeiras, entre outras, um dos maiores problemas apontados pelos socialistas é a mobilidade junto das escolas. Defendem uma maior limitação da velocidade em locais como a Rua do Taxa, a Rua 25 de Abril, a Rua Beato Miguel de Carvalho, a Rua da Restauração e a Escola de Lamaçães.
Relativamente às ciclovias, Artur Feio refere que é necessária a “implementação com a máxima urgência da rede ciclável aprovada em reunião de executivo, em Dezembro de 2017”. “Reclamamos que o município simplesmente cumpra aquilo que foi decidido. Apesar de Ricardo Rio ter anunciado um conjunto de mais de 50 quilómetros de vias cicláveis, não construiu um único centímetro”, atira.
Os socalistas sugerem também algumas medidas relacionadas com a Universidade do Minho, com a colocação de estacionamento gratuitos para bicicletas e trotinetas dentro do campus de Gualtar. Além disso, apesar de não constar no plano de recomendação, na conferência de imprensa, defenderam também um relação mais estreita entre a academia minhota e os Transportes Urbanos de Braga.
Artur Feio lamenta que a “Universidade do Minho tenha vedado o acesso aos TUB”, já que a zona onde os autocarros param é, no seu entender, um “caos” para o trânsito. “Os autocarros podiam perfeitamente entra na universidade. A entrada e a saída de passageiros podia ser feita dentro do campus, libertando aquela zona”, defende, alertando que isso já acontece no campus de Azurém, em Guimarães.
