“Não há resposta” para a falta de trabalho não-qualificado

Isabel Estrada Carvalhais esteve ontem à tarde nas instalações do dstgroup no dia que marcou o arranque oficial da campanha para as eleições europeias. A número 10 da lista do Partido Socialista (PS) ficou a conhecer a história e as matrizes de uma das empresas com maior expressão na região e no país.
“Temos, na nossa campanha, particular atenção à dimensão social e pareceu-nos perfeitamente justificável visitar uma empresa que tem uma visão integrada na solidariedade e presença social numa comunidade”.
Na visita ao dstgroup, a socióloga e docente da Universidade do Minho inteirou-se do número de funcionários presente nos quadros da empresa, da integração de minorias ou da falta de mão-de-obra não qualificada. A falta de mão-de-obra não qualificada, revelou a responsável da comunicação do grupo, é o principal flagelo da empresa de engenharia e construção. Confrontada com o cenário laboral, Isabel Estrada Carvalhais revelou que não há uma resposta certa para combater o desafio.
“A ausência de mão-de-obra não qualificada é um desafio que a nossa economia encontra e há um dilema: idealmente, numa sociedade avançada, todos têm qualificações para desempenhar determinadas funções mas depois o próprio paradigma económico ainda depende de funções não qualificadas”, assinalou. Qual a solução?
“Não podemos fazer a apologia da mão-de-obra menos qualificada mas uma coisa é certa: mesmo aquilo que não é qualificado tem um papel muito importante. Isto obriga-nos a reflectir sobre o modelo de desenvolvimento económico de trabalho; e outra coisa, reconhecer que todos, nas determinadas funções, são importantes em todos os sectores de actividade”, ressalvou.
Acredita na maior participação e faz apelo aos indecisos
A sensivelmente duas semanas das eleições europeias, um dos pontos mais debatidos no universo político é a elevada taxa de abstenção do acto eleitoral mas Isabel Estrada Carvalhais acredita que este ano a participação vai crescer.
“Acredito que a abstenção vai diminuir por tudo aquilo que está em jogo. São eleições muito importantes na continuidade do projecto europeu e há essa consciencialização crescente. São muitas as ameaças que ele enfrenta e há uma mobilização”, referiu, lembrando o Brexit.
A socialista sublinha a importância de distinguir aqueles que não votam e os indecisos. “Gosto de fazer essa destrinça: o facto de as pessoas estarem agora indecisas não é, por si, algo negativo. Estão apenas à procura de argumentos que melhor as esclareçam sobre a tendência de voto.”
Áudio:
A ausência de mão-de-obra não qualificada “obriga a reflectir sobre o modelo de desenvolvimento económico de trabalho”
