“Numa universidade não pode existir medo de represálias”

A Provedora do Estudante da Universidade do Minho apela aos alunos que não tenham receio de apresentar as suas preocupações, independentemente do assunto. Em entrevista ao programa Campus Verbal, esta terça-feira à noite, Rosa Vasconcelos deixou uma mensagem clara aos alunos para que “não tenham receio abolsutamente nenhum de dizer o que os preocupa”.
A terceira docente a ocupar o cargo de Provedor do Estudante reconheceu a possibilidade de “muitas vezes os alunos não falarem por terem receio que o professor pegue de ponta”. “Nem pensar acontecer isso. Nunca podemos estar numa Universidade onde haja esse sentimento de possibilidade de represálias”, declarou.
Recordando a comunidade de que estará sempre de portas abertas para ouvir qualquer estudante, Rosa Vasconcelos revelou que o seu gabinete docente em Azurém tem sido utilizado de forma provisória para receber os alunos de Guimarães até porque “não faz sentido que um aluno de Guimarães se desloque a Braga para falar com a Provedora”. Já o Gabinete de Gualtar, o único oficial, fica no 2º piso do CPII, onde a nova Provedora estará todas as terças, quartas e sextas-feiras. Os outros dois dias serão dedicados aos estudantes de Azurém, mas a provedora esclarece que o campus de Couros e os Congregados não são locais esquecidos, estimando num futuro próximo algumas presenças nestes locais.
Ainda nenhum dos novos alunos recorreu ao Provedor do Estudante
Rosa Vasconcelos afirma que por enquanto não recebeu qualquer pedido de alunos que ingressaram pela primeira vez na UMinho em Setembro.
A docente afirma também que até agora “todas as situações colocadas foram resolvidas” e recusa que os pedidos sejam “queixas ou reclamações”. “É importante que eles saibam que estão numa Universidade onde podem dizer o que pensam”, reiterou.
Questionada sobre a sua opinião quanto às praxes académicas, Rosa Vasconcelos confessa que desde sempre, enquanto docente, alertou os estudantes sempre que os mesmos foram incorrectos. A Provedora não condena à partida a praxe desde que seja uma prática “bem feita” e não “humilhante ou desgastante”. “Os alunos devem ter a oportunidade de dizer sim ou não. Não podemos ter ninguém que seja ostracizado se não quiser participar nas actividades de integração em que os outros estão a participar”, analisou.
Rosa Vasconcelos explicou ainda que “já arrumou a casa” e vai entretanto conhecer os problemas da própria AAUM. As reuniões com delegados e núcleos só serão agendadas depois de Janeiro para que os alunos possam estudar tranquilamente para os exames. Todos os casos reportados serão tidos em consideração e as questões mais frequentes serão mencionadas no futuro site que pretende lançar depois deste período de auscultação mais exaustivo.
