No MYCA, os jovens mostram o Minho através da gastronomia

Como fazer do bom comer um atractivo turístico? Primeiro, é preciso incentivar os jovens cozinheiros do distrito de Braga e elevar a gastronomia minhota através de eventos relacionados com o sector. Esta manhã, na sessão de apresentação do Minho Young Chef Awards 2018 (MYCA), Carlos Fernandes, membro da Confraria Gastronómica do Minho, explicava isso mesmo: “Estamos a formar muitos jovens para a cozinha. Temos cá tudo o que é necessário para colocar o Minho como destino gastronómico, mas também é necessário adaptar-nos às exigências do mercado, que têm que ver, essencialmente, com o facto de os portugueses estarem a optar por um estilo de vida mais saudável”.
Em 2015, Carlos Fernandes foi o responsável pela candidatura do Minho a “Região Europeia da Gastronomia”, que viria a ser atribuído em 2016, pelo Instituto Internacional de Gastronomia, Cultura, Artes e Turismo. A grande motivação para o enivo do documento, além “da qualidade dos pratos minhotos”, foi o percepção que começou a ter de que os turistas procuram, “cada vez mais, o património intangível dos países” que visitam. Neste aspecto, a gastronomia “tem um peso significativo”. A aposta na formação de jovens cozinheiros e a criação de eventos como o MYCA são pontos que ajudam a dar “mais qualidade à cozinha local”.
“É necessário dizer que não existe gastronomia portuguesa. Existe gastronomia por região que todas juntas formam a designada gastronomia portuguesa. A confraria está a apostar nas escolas para potenciar o sector na região. É necessário formar jovens para dar mais qualidade à gastronomia. Esta é também uma forma de motivá-los”, explica, Carlos Fernandes.
“Minho Região Europeia da Gastronomia” é um projecto que será desenvolvido até 2021 pelas CIM do Cávado, Ave e Alto Minho. É a sinergia entre as entidades que permite “reforçar a ideia de que o Minho tem uma gastronomia única”, numa altura em que a “região se afirma como um ponto turístico”, revela o presidente da CIM Alto Minho, José Maria Costa. A sintonia entre as comunidades é também ponto em destaque no discurso do representante da Comunidade Intermunicipal do Ave, António Cardoso. “O trabalho conjunto ajuda a fortalecer as criações que vão para lá da cozinha. O turismo é determinante para o desenvolvimento dos concelhos”, explica.
Três regiões, três finalistas. As semifinais estão agendadas para 15 e 16 de Maio, em Famalicão, e só na altura é que serão conhecidos os finalistas – um de cada CIM. Nos dias 24 e 25 de Maio, datas que coincidem com o Congresso Internacional de Gastronomia do Minho, que vai juntar em Braga cozinheiros de toda a parte da Europa, os candidatos, entre 18 e 26 anos, vão mostrar a produção local de alimentos e a diversidade, aliada à criação de pratos inovadores da região.
Áudio:
Carlos Fernandes explica a importância da cozinha para o turismo na região.
