No rio Ave (ainda) nada o lixo. “As descargas continuam”

O presidente da Câmara Municipal de Famalicão, Paulo Cunha admite que a poluição no rio Ave continua a ser um problema. Durante uma visita às obras de requalificação da Ponte da Lagoncinha, travessia sobre o Ave instalada na freguesia de Lousado, o autarca referiu que “há muitos anos que o rio Ave é um assunto nacional”.

“Há mais de 20 anos que este é um tema nacional. Investiram-se muitos milhões na despoluição do Ave e é preciso perceber qual foi o efeito útil desse enorme investimento. Não vale de nada investir na despoluição de um rio se não forem criadas condições para que ele não continue a ser poluído. Os sucessivos Governos canalizaram muito dinheiro para a despoluição, mas pouca energia para a fiscalização”, refere o autarca.

Segundo Paulo Cunha, a autarquia tem apelado aos sucessivos Governos para que transfiram mais competências para os municípios. “Em várias circunstâncias tenho apelado aos vários Governos para que transfiram mais competências para os municípios. Achamos que estamos em melhores condições para ajudar a comunidade a manter despoluídos os nossos rios”.

Cunha lembra que “as descargas no Ave continuam” e deseja que seja feito “um investimento na capacitação do território”.

Em Abril, em declarações à Lusa, o vereador do Ambiente da Câmara Municipal de Vieira do Minho, concelho onde nasce o Ave, dizia que “poluído é algo que o rio Ave aqui não está. Pelo contrário. Temos actividades lúdicas organizadas pela própria autarquia”, frisa Paulo Miranda.

No entanto, ao longo dos cerca de 80 quilómetros do Ave nem tudo é ‘cor-de-rosa’: “Há alturas em que é roxo, outras azul, outras esbranquiçado”, admitiu à Lusa fonte da Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Segundo a mesma fonte, “hoje o rio Ave, que se pensou irrecuperável, é um exemplo do trabalho de despoluição”, mas “há ainda muito por fazer”.

Por alguns dos concelhos por onde o Ave passa (Vieira do Minho, Póvoa de Lanhoso, Guimarães, Vila Nova de Famalicão, Santo Tirso, Trofa e Vila do Conde), uma das actividades dominantes foi, até finais da década de 80 do século passado, a indústria têxtil.

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Paulo Costa
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