Noite Branca de Braga junta o popular à vanguarda com 100 eventos em 3 dias

Chegou em 2012 para ficar por uma noite, mas várias edições depois o município de Braga decidiu prolongar o evento de promoção cultural e criação artística ao longo de três dias consecutivos.
Num fim-de-semana só, a cidade de Braga veste-se de branco e não pára, oferecendo aos bracarenses e turistas cem eventos que contam com a participação de mais de cem artistas, de Braga, do país e de vários pontos do mundo.
Em 2019, mas já a pensar em 2027, a organização decidiu trazer um tema para a Noite Branca. ‘Popular Vanguarda’ comprova a preocupação do município em juntar o que de melhor se faz na cidade a nível cultural, não esquecendo dois elementos da cidade antiga e da cidade contemporânea: a viola braguesa vai misturar-se com a música electrónica e um toque de Media Arts.
Entre as novidades desta edição estão duas encomendas de criação. Daniel Pereira Cristo e Rui Dias vão cruzar a viola braguesa com a electrónica. Outro projecto está relacionado com um trabalho de instalação desenvolvido entre artistas locais e a fábrica de sinos.
Teatro, dança, música, novo circo, cinema, tudo cabe no centro da cidade de Braga de 6 a 8 de Setembro, que este ano conta com mais espaços culturais abertos. Aos museus habituais juntam-se o D. Diogo de Sousa, as Termas, a Fonte do Ídolo e o Palácio do Raio.
Legendary Tigerman, Diabo na Cruz, Luís Represas, Capitão Fausto, Glockenwise, Throes and The Shine e Dino D’Santiago são alguns dos nomes que vão subir aos palcos da Praça Municipal, Avenida Central e Theatro Circo.
O autarca do município de Braga refere que esta é “uma despedida feliz do Verão”, e um momento de reunião da comunidade bracarense depois das férias. “É um dos eventos que marcam a rotina da nossa cidade e tem um significado que vai muito para lá daquilo que é o orçamento investido da CMB”, defende. O município desembolsa cerca de 350 mil euros para três dias e três noites de programação.
Património, cosmopolitismo, cultura antiga e contemporaneidade são palavras e formas de estar que se cruzam na cidade que ambiciona ser Capital Europeia da Cultura 2027. Ricardo Rio afirma que a Noite Branca de Braga “é um momento de afirmação da vitalidade e da diversidade cultural da cidade com todas as oportunidades às diversas formas de expressão artística”.
Notória foi a ausência da vereadora da Cultura, Lídia Dias, na apresentação da programação da Noite Branca de Braga. Na mesa marcaram presença representantes de vários espaços culturais da cidade. Cláudia Leite, do Theatro Circo justifica o tema ‘Popular Vanguarda’ com a preocupação da organização em “valorizar a tradição, as origens culturais da cidade, mas também a produção mais contemporânea”.
A Fundação Bracara Augusta junta-se à festa com o concurso internacional aberto na procura de atividades
culturais complementares ao evento, onde se procura atrair participações nas áreas da Media Arts, Artes Visuais, Arquitetura, Design, Arte Urbana e Arte Sonora. Os projectos são apoiados com financiamento num limite
máximo de 5.000€ por projecto, num apoio total de 25.000€. Neste âmbito foram selecionados e apoiados 6
projetos, 3 dos quais nacionais (2 do distrito de Braga) e 3 estrangeiros. Raquel Nair referiu que de 88 candidaturas, 15 delas projectos internacionais oriundos de vários países “o que comprova o trabalho que tem sido feito na cidade de Braga por todos os agentes culturais. A marca Noite Branca e a marca do concurso artístico está além fronteiras e foi também influenciada pela candidatura bem sucedida de Braga Cidade Criativa da Unesco no âmbito das media arts”.
O programa completo pode ser consultado aqui
