Novo hotel junto à CP leva nega da CDU

A CDU não concorda com o pedido de reconhecimento de empreendimento estratégico para um hotel que poderá nascer no Largo da Estação, na União de Freguesias de Maximinos, Sé e Cividade.
O assunto foi levado a reunião de Câmara, esta segunda-feira, e mereceu o voto contra de Carlos Almeida.
Em causa está um investimento de aproximadamente 5 milhões de euros por parte da Endutex, que quer fazer nascer junto à estação de comboios a terceira unidade hoteleira naquela área.
O espaço pertencerá à cadeia MOOV, que já se encontra instalada em cidades como Porto e Évora.
O vereador da CDU apontou dúvidas sobre a necessidade de mais uma unidade naquele local: “Percebendo que tem a estação de caminhos-de-ferro, do ponto de vista do interesse do município levantam-se dúvidas (quanto à necessidade), porque a oferta que existe naquele largo já é suficiente e não sabemos qual será o impacto de uma nova unidade”, frisou Carlos Almeida.
Além disso, o vereador apontou algumas questões do ponto de vista técnico do projecto. “Há uma questão à qual nos opomos, que é a possibilidade de num terreno, de acordo com o PDM, classificado como de equipamento ser construída uma unidade hoteleira. Este empreendimento, a ser instalado, será num solo com classificação de equipamento e uma outra parte com classificaçao de espaço residencial. Não estamos de acordo, porque achamos que é uma ilegalidade”, esclareceu o comunista. Carlos Almeida lembrou ainda que o projecto “não cumpre os requisitos e os parâmetros urbanísticos para ser instalado num espaço residencial,pois teria que ser um empreendimento destinado a habitação”. “Entendeu o município classificá-lo como empreendimento estratégico para poder criar um regime de excepção. Isto configura um expediente de excepções”, acrescentou.
“É natural a existência de várias unidades hoteleiras junto às portas de entrada das cidades com algum volume de turistas”
O Partido Socialista votou favoravelmente “o início do procedimento, tendo em conta que o parecer dos serviços camarários refere um empreedimento estratégico importante para a dinamização turística da cidade”, justificou a vereadora Helena Teixeira, deixando a certeza de que o PS estará “atento ao projecto, quando for a reunião de Câmara”.
Ricardo Rio aponta o “interesse público” do empreendimento para justificar a “alteração da configuração do que está designado no PDM, dentro de determinados parâmetros”. No documento que propõe a alteração é esclarecido, neste aspecto, que o projecto se enquadra “na classe de interesse público municipal por representar um investimento acima dos 2 milhões de euros, mais concretamente 5 milhões de euros, criando 18 postos de trabalho e promovendo a regenaração da área”.
“Estamos a falar de dois edifícios contíguos, um com classificação de residencial outro como equipamento, e para poder ser ali construído um hotel teria que ser alterada a componente do terreno residencial”, começou por justificar o presidente da autarquia. Rio considera ainda “natural” a existência de várias unidades hoteleiras junto às “portas de entrada das cidades com algum volume de turistas, seja junto a aeroportos ou estações de comboios”. Além disso, apontou, “a concorrência entre essas unidades hoteleiras é saudável”.
A concretizar-se, o novo hotel terá capacidade para 194 hóspedes, oito pisos e 15 lugares de estacionamento, numa área total de 3.733 metros quadrados.
Em causa está uma unidade hoteleira de duas estrelas e mais direcionada para estadias curtas.
O investimento rondará os 5 milhões de euros.
Ainda que com o voto contra da CDU, o ponto foi aprovado pela maioria e o PS, seguindo-se agora a abertura do período de discussão pública.
