”Novo ministro deve ter peso político” – José Palmeira

O comentador de política da RUM, José Palmeira considera que a Ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa não tinha outra alternativa que não fosse demitir-se do cargo. O especialista em Ciência Política lembra que uma das principais funções do Estado é a segurança das pessoas e dos seus bens, mas o que tem acontecido em Portugal “está a afectar a confiança que os cidadãos devem ter em relação ao Estado”.
O docente recordou Pedrógão, o roubo de Tancos e os incêndios de domingo para fundamentar a única saída possível de Constança Ubrano de Sousa, apesar de reconhecer que “um Ministro não pode ser responsabilizado por uma determinada catástrofe que tem fenómenos naturais associados”. No entanto, sublinha que “uma forma de o Estado se desculpar perante as pessoas é assumir a responsabilidade na pouca eficácia que revelou no combate aos incêndios”. A reacção a acontecimentos com esta gravidade “deve merecer uma intervenção de acordo com essa gravidade por parte dos responsáveis políticos”.
José Palmeira defende que para o lugar de Constança Urbano de Sousa terá de ser escolhida “uma personalidade com peso político”, uma vez que se trata de um ministério que “abrange uma área fundamental para a segurança”. O investigador prossegue recordando que “são necessárias políticas mais reformistas no domínio da floresta, uma das principais riquezas do país”.
Já sobre a moção de censura do CDS-PP ao Governo, José Palmeira aponta que a estratégia revela que Assunção Cristas “está a aproveitar a fragilidade do PSD”.
Apesar de prever a sua rejeição, o comentador da RUM considera que a moção “coloca em causa a estabilidade política” e alerta que, caso o Presidente da Rebública se distancie do governo “também poderá fragilizar” António Costa.
