O cinema ao ar livre regressa em Agosto ao Parque da Ponte

Foi esta manhã apresentada a 5ª edição do ciclo de cinema “A Gosto de Verão”. A proposta do cineclube Aurélio da Paz dos Reis, em parceria com o município de Braga, apresenta cinco sessões de cinema gratuito no Parque da Ponte entre os dias 6 e 10 de Agosto. O programa inclui um cine-concerto, uma película nacional, uma sessão de curtas-metragens, cinema brasileiro e ainda uma longa-metragem de animação.
O programa arranca no dia 6, e com o maior destaque do programa: trata-se de um cine-concerto, que reúne os músicos Ricardo Soares e Mr. Gallini e o filme O Último dos Homens, clássico realizado por F.W. Murnau. O programador do cineclube Miguel Ramos revelou que o convite foi feito primeiro a Ricardo Soares, que posteriormente chamou Mr. Gallini. “Temos tentado apostar numa ideia de convite directo a jovens criadores e chamámos o Ricardo Soares que depois convidou o Gallini, um jovem de Aveiro que está agora a aparecer”. O programador reconheceu que O Último dos Homens, filme a preto-e-branco de 1924, “não é uma escolha óbvia para se apresentar ao ar livre”. “Vamos ver como resulta a junção do trabalho dos músicos com o filme”, admitiu.
No dia 7, o Parque da Ponte recebe o filme Diamantino, de Gabriel Abrantes e Daniel Schimdt, película que Miguel Ramos descreveu como sendo “ficção cor-de-rosa”. O filme, explicou o programador, é inspirado na vida de Cristiano Ronaldo e é uma comédia que subverte o modo de vida de uma superestrela do futebol. No dia seguinte, o cineclube Aurélio da Paz dos Reis propõe uma sessão de quatro curtas-metragens nacionais: Tio Tomás, a contabilidade dos dias, de Regina Pessoa, e que venceu recentemente um prémio no Animamundi, um dos mais importantes festivais de cinema de animação do mundo; Não são favas, são feijocas, de Tânia Dinis, uma curta de dez minutos que apresenta em tela a vida da avó da realizadora; A glória de fazer cinema em Portugal, de Manuel Mozos, um documentário sobre a vontade, até hoje desconhecida, do escritor José Régio em fazer cinema; e finalmente Como Fernando Pessoa salvou Portugal, um filme de Eugène Green e que conta a história da expressão criada pelo poeta português primeiro estranha-se, depois entranha-se, encomendado pela Coca Cola ao escritor – esta última sessão tem a apresentação de Tânia Dinis e da sua avó.
Na sexta-feira (dia 9), pode ser visto o filme brasileiro Benzinho, de Gustavo Pizzi. A longa-metragem, explicou Miguel Ramos, é uma homenagem à comunidade do Brasil residente em Braga. “Sentimos que temos um sentido de dívida com a comunidade brasileira; eles têm habitado a cidade e tentado pensá-la”. O filme, pormenorizou, “conta a história de um jovem jogador de andebol (o programador aludiu ao parque da ponte estar situado ao lado do pavilhão Flávio Sá Leite, espaço onde joga o ABC/Uminho) que atravessa o Brasil para jogar na Alemanha; é uma obra que mostra o confronto emocional entre a criança e mãe”.
O ciclo termina no sábado (dia 10), com o filme de animação A Idade da Pedra, de Nick Park, realizador conhecido por obras como A Ovelha Choné ou Wallace and Gromit. O filme, apesar de animado, “é pensado para um universo além do infanto-juvenil”, explicou Miguel Ramos.
Lídia Dias, vereadora da Cultura em Braga, também marcou presença na apresentação do programa e sublinhou o cuidado do município em ocupar culturalmente os vários espaços da cidade, neste caso o parque da Ponte. A autarca frisou ainda “que a programação que o município faz em Agosto vai ao encontro das pessoas que ficam em Braga e para os turistas”.
As cinco sessões, entre os dias 6 e 10 de Agosto, são todas de entrada gratuita e acontecem às 21h30. Caso chova, os filmes serão exibidos na Casa dos Crivos.
