“O futuro vai ser eléctrico”

Numa sessão dedicada às cidades do futuro, com a energia no centro das atenções, falou-se de plataformas e aplicações que permitem ter acesso à quantidade de energia gerada, novos conceitos de distribuição de energia, pobreza energética e integração de sistemas elétrico e gás.

Entre os protagonistas do último dia do FICIS – Fórum Internacional das Comunidades Inteligentes e Sustentáveis -, João Rodrigues, director-geral da Schneider Electric, deixou a certeza de que, a seu ver, “o futuro vai ser eléctrico”. 

O painel “Smart Energy” contou ainda com as intervenções de António Messias, do conselho de administração da EDP Distribuição, e de Bruno Henrique Santos, da Portgás.

Plataformas e aplicações que permitem ter acesso à quantidade de energia gerada, novos conceitos de distribuição de energia, pobreza energética e integração de sistemas elétrico e gás foram alguns dos temas debatidos ao longo de mais de uma hora.

“Através do sistema de inteligência artificial, realidade aumentada e internet das coisas, o mundo hoje é digital, mas no futuro vai ser eléctrico”, garantiu João Rodrigues.

O director-geral da Schneider Electric afirmou ainda que, em 2030, “30% do consumo energético mundial vai ser utilizado pelas tecnologias da informação”.

“Em 2030, se o veículo eléctrico representar 50% dos automóveis em circulação, vamos calcular os impactos que vão trazer na rede eléctrica”, apelou João Rodrigues.

Para o director “o digital e o eléctrico são duas faces da mesma moeda”.


“A cidade do futuro  será muito centrada no cidadão”

Já António Messias destacou Inovcity SCC 4.0, um projecto da EDP relacionado com as “smart cities e com a forma como se envolve o cidadão”. Para uma energia mais limpa, o responsável apontou ainda a necessidade de haver “um controlo e boa gestão da integração das fontes renováveis da mobilidade eléctrica”.

“Destacaria que a cidade do futuro é o grande desafio que temos neste momento, que será muito centrada no cidadão, porque a sua participação activa será fundamental e vai ajudar a desenvolver o Smart City Sync dentro da EDP Distribuição, com demonstradores reais que permitam evidenciar as vantagens para este envolvimento”, destacou.

A propósito das novas tecnologias, a EDP tem já instalados, num universo de seis milhões de clientes, dois milhões de contadores inteligentes (ou smart meter), que registam a eletricidade consumida em pequenos intervalos de tempo. Se estiver em telecontagem, o contador inteligente permite enviar leituras de forma automática e faturar apenas consumos reais.

A tecnologia disponibilizada, apontou ainda, vai permitir que o cliente tenha um papel activo, tendo acesso a toda a informação de consumo.

“No futuro, há carros que se vão carregar só com a energia solar”

Já Bruno Fernandes, da Portgás, revelou que “30% da população portuguesa está em situação de pobreza energética extrema em aquecimento, ou seja, há pessoas a morrer de frio em Portugal”.

“A própria Agência Internacional de Energia vê futuro no uso de gás natural e gás natural de origem renovável, que pode e servirá de backup”, apontou.

“Em Braga, seis em cada dez edifícios tem infraestrutura de gás disponível”, acrescentou.

Bruno Santos sublinhou “a importância do Sistema Nacional de Gás Natural, sem défice enquanto driver integrante deste processo de descarbonização”. “Estamos alinhados com as metas do Acordo de Paris, mas acreditamos que a nossa infraestrutura pode desempenhar um papel muito activo naquilo que é o futuro do país e das cidades, uma vez que temos flexibilidade e capacidade de integração de sistemas”, disse ainda.

Bruno Santos defendeu que, “cada vez mais, vamos produzir o que consumimos” e que “não vamos precisar tanto da rede eléctrica”. “Os próprios carros eléctricos já não vão precisar da rede eléctrica. Há carros que se vão carregar só com a energia solar”, apontou.

“Smart Energy” foi o tema de umas das sessões que marcaram o dia de encerramento da 5.ª edição do FICIS, que, ao longo dos últimos três dias, recebeu, no Museu D. Diogo de Sousa, diferentes protagonistas para falar das cidades do futuro. 

Liliana Oliveira
Liliana Oliveira

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