O lado “mais negro” dos alunos de excelência

Muitos são os alunos que ambicionam frequentar cursos de elite como medicina e direito. Por vezes uma escolha apaixonad, por outras resultado de pressões provenientes do lar. Nesta obra “A Excelência Académica na Escola Pública Portuguesa”, inserida no colóquio Internacional “Infância e Juventude na Sociedade e Educação Contemporânea”, os investigadores estudaram a forma como “se fabrica esta excelência académica”.
A obra tem início com excertos de alguns alunos de mérito, testemunhos que inspiraram o artista João Catalão para construir a capa da obra. Uma analogia à escalada de uma montanha e ao esforço académico, tudo isto através de um papel amarrotado.“Tiram-se fotos aos montanhistas nos topos das montanhas e eles estão a sorrir. No entanto, ninguém tira fotos ao caminho (…) preferimos sempre recordar a vista do topo, o momento de cortar a respiração, episódio em que toda a dor já vale a pena”, lê-se no excerto das primeiras páginas do livro.
Leonor Torres, um das autoras, destaca o papel das escolas que “estão demasiado focadas em manter rankings e esquecem-se do factor humano”.
De acordo, com as conclusões retiradas deste estudo muitos destes alunos focam-se em demasia na vida académica, o que pode originar problemas psicológicos. A autora desvenda que esse “lado mais negro” será um tema que já está a ser alvo de estudo, por parte de um aluno de mestrado.
Áudio:
Leonor Torres fala sobre o motivo pelo qual, juntamente com o colega José Palhares, optaram por falar desta busca excessiva por resultados
