Parque das Sete Fontes deve ser “projecto unânime”

“Um processo unânime e mobilizador de todos os partidos e agentes sociais”. É assim que Ricardo Rio, presidente do município bracarense, quer que decorra todo o processo de execução do Parque das Sete Fontes.
O Plano de Execução foi apresentado na semana passada e a equipa de trabalho será liderada pelo professor Jorge Carvalho. Neste momento, será feita a elaboração do estudo de enquadramento urbanístico e, segundo Ricardo Rio, seguem-se diversas reuniões com todos os representantes políticos da região e com os restantes agentes sociais que se queiram envolver na resolução deste processo. “O município quer, sobretudo, que seja feita a valorização do património”, acrescentou.
Ainda assim, Carlos Almeida, vereador da CDU, garante que essas reuniões “já deveriam ter acontecido” antes da apresentação pública do Plano de Execução do Parque. Quanto à intenção de alguns proprietários do terrenos avançarem judicialmente contra as intenções do município, por considerarem que sairão prejudicados no final de todo este processo, o vereador comunista deixa uma sugestão ao executivo municipal: “proceder à consulta cadastral de todos os terrenos para que consigamos perceber se as alegações dos proprietários têm razão de ser”. “É preciso que a autarquia não seja vista como o ‘bicho-papão’ em todo este projecto”, afirmou.
“Cavalo de batalha” fracassado
Hugo Pires, vereador do Partido Socialista (PS), reconheceu que a alteração do Plano Director Municipal (PDM) em 2001, ainda com Mesquita Machado no poder, foi um erro já que concedeu capacidade construtiva a alguns terrenos que vão receber o Parque das Sete Fontes. “Se fosse possível, voltaríamos atrás na nossa decisão. Temos de reconhecer que, por isso, existem diversos constrangimentos que têm agora de ser ultrapassados pela autarquia e que levam o seu tempo”.
De acordo com os vereadores do PS, a construção do parque das Sete Fontes serviu de “cavalo de batalha” para o actual executivo camarário durante a campanha eleitoral das autárquicas de 2013. Para Hugo Pires, o executivo bracarense “nada fez ao longo destes quatro anos”, ao contrário do que tinha prometido.
Na resposta, Ricardo Rio lembrou que o processo vai, agora, avançar de “forma célere” à conta de todos os processos desencadeados pelo executivo municipal ao longo dos últimos quatro anos. “Desde a inicial suspensão do PDM à retirada da Estrada Nacional que iria atravessar o Parque das Sete Fontes, não esquecendo a reclassificação dos solos em sede de PDM (para retirar capacidade construtiva a esses terrenos) e até a reabilitação arquitectónica das fontes e das Mães DÁgua ou a conclusão do estudo hidrológico pela Universidade do Minho que permitem que se avancem com a esta nova fase do projecto”, afirmou.
Vedação dos terrenos é uma possibilidade
De acordo com as informações prestadas no final da reunião de Câmara desta segunda-feira (19 de Junho), alguns proprietários querem avançar com a vedação dos seus terrenos. “Uma acção válida”, garante Ricardo Rio, que explica que, ainda assim, alguns caminhos públicos “terão de ser sempre salvaguardados”. “Devemos o menos possível entrar numa lógica de conflito”, acrescentou o presidente do município bracarense.
