PCP quer comboio com ligação directa entre Braga e Guimarães

O PCP propõe a existência de uma ligação directa entre Braga e Guimarães.
Os comunistas estiveram, esta manhã, na estação ferroviária de Braga, numa acção junto de todos aqueles que usam este meio de transporte para se deslocar.
Em média, as pessoas que vão de Braga para Guimarães de comboio demoram 1h e 32 minutos, vendo-se obrigadas a trocar de linha em Lousado, no concelho de Famalicão.
Os comunistas vão apresentar na Assembleia da República um projecto de resolução que visa o fecho da malha ferroviária entre as duas cidades.
João Oliveira, presidente do grupo parlamentar do PCP, considera que este é um dos “exemplos evidentes dos investimentos na ferrovia que é preciso fazer, de forma a servir as populações e a poder promover a utilização do transporte ferroviário, a par da criação de melhores condições para a mobilidade das populações”.
Com dois polos universitários a ligar as duas cidades, uma forte componente industrial, viagens com custos acrescidos nas autoestradas e constrangimentos na Estrada Nacional esta “é uma situação insustentável do ponto de vista da ligação ferroviária”.
“A ligação que existe actualmente implica uma viagem de uma e meia com transbordo no concelho de Famalicão, em Lousado, em condições que são completamente desarticuladas”, comentou.
A proposta do PCP, diz João Oliveira, “de criação de nova infraestrutura ferroviária, com o investimento que é preciso fazer para garantir a adequação de horários e de capacidade de transporte ferroviário que permita às populações fazer esses movimentos pendulares, teria benefícios enormíssimos do ponto de vista da vida das populações, nas questões da mobilidade e ambientais”.
Ainda não estão feitos os estudos técnicos “relativamente às condições em que essa ligação possa ser feita”, sendo esta uma proposta do partido “para se fazer uma identificação dos custos e até do quadro em que esse investimento pode ser apoiado, quer pelo Orçamento do Estado, fundos comunitários ou através de outras formas de financiamento, para que esse investimento poder ser concretizado”.
João Oliveira afirma ainda que a aposta nesta ligação “não se desliga das medidas consideradas em relação ao programa de apoio à redução tarifária, nas suas várias dimensões, quer de alargamento da rede, quer de redução das tarifas propriamente ditas”. O comunista evidencia ainda “ganhos de mobilidade das populações, de ordenamento do território e das condições de organização do espaço físico”.
O PCP defende ainda que “o investimento nos transportes públicos é decisivo para o desenvolvimento do país, melhores condições de vida e condições de progresso”, sendo este um dos motivos que levou o partido a por o assunto na ordem do dia das Jornadas Parlamentares, que encerram hoje, em Braga.
O objectivo, afirmou o presidente do grupo parlamentar, é que a ligação possa efectivamente avançar e, para isso, conta que o projecto de resolução “possa ter outra companhia para lá dos votos do PCP”, de forma a que “o novo titular da pasta das infraestruturas (Pedro Nuno Santos) possa cumprir o desígnio de servir as populações de Braga e Guimarães, com uma nova ligação ferroviária”.
Com dois polos universitários a ligar as duas cidades, uma forte componente industrial, viagens com custos acrescidos nas autoestradas e constrangimentos na Estrada Nacional, a ligação ferroviária entre Braga e Guimarães, diz o PCP, é um dos exemplos evidentes dos investimentos a fazer na rodovia em Portugal.
Áudio:
João Oliveira, presidente do grupo parlamentar do PCP, a propósito do projecto de resolução que o partido vai apresentar
