Plataforma acredita que a Confiança já é problema nacional

A Plataforma Salvar a Fábrica Confiança acredita que a salvaguarda do imóvel já é “um problema nacional”. Esta segunda-feira, depois da visita à antiga saboaria, a comissão aceitou reunir com a plataforma. Luís Tarroso Gomes disse à RUM que encontrou um grupo de deputados “muito sensibilizado” com esta questão. “Pareceu-nos evidente que depois da visita os deputados estavam muito sensibilizados para a importância da fábrica, precisamente do que observaram e essa aposta parece-nos que está ganha, a fábrica Confiança é um problema que excede o concelho de Braga, é um problema nacional”, começou por explicar aquele defensor da fábrica na esfera pública.
Os elementos da Plataforma Salvar a Fábrica Confiança alertaram os deputados para a necessidade de o município de Braga, proprietária do imóvel, “limpar, conservar e manter o edifício”, algo que teria custos mínimos, denunciando que a autarquia continua a usar a fábrica como “depósito de entulho”. Além de pedirem que autarquia deixe de imediato de utilizar a fábrica como ‘estaleiro’, os cidadãos afectos à Plataforma consideram que a autarquia deve fazer “o mínimo” para prevenir uma maior degradação da fábrica, refazendo as coberturas e janelas “para impedir a entrada de água”.
Plataforma sugere ‘transferência’ da Confiança para Junta de Freguesia de S. Victor ou UMinho
A plataforma foi mais longe no encontro com a Comissão Parlamentar de Cultura, salientando que se o município não quer cuidar do imóvel, deve cedê-lo a quem o quer preservar e dar-lhe vida. “A Câmara de Braga não tem interesse na dinamização e gestão da Confiança enquanto equipamento cultural, e portanto a solução pode passar por entregar isto a outra entidade pública, por exemplo a Junta de Freguesia de S. Victor, que representa 32 mil habitantes de Braga, ou mesmo a UMinho, que está ali ao lado, portanto, pensar com outras entidades públicas que solução é que se encontra para a Fábrica Confiança”, sugeriu Luís Tarroso Gomes.
Grupo de cidadãos aconselha deputados a equacionar alteração legislativa
A Plataforma sugeriu também uma alteração legislativa, reforçando a protecção de imóveis que pertencem ao domínio autárquico. “O Estado para vender tem de cumprir uma série de procedimentos, como ponderação de custos e benefícios de uma venda, ponderação do peso de manter um edifício e conservar para as gerações futuras, portanto, tudo isso deve ser transposto para a venda dos imóveis das autarquias”, considerou Luís Tarroso Gomes. “Não faz sentido que o Estado tenha uma série de regras para cumprir, e que as autarquias locais possam livremente alienar edifícios, e neste caso ainda mais grave porque foi um edifício que foi expropriado para se fazer ali um projecto de fins culturais e de lazer”, acrescentou.
Áudio:
Luís Tarroso Gomes depois de reunião entre Plataforma e Comissão Parlamentar
