Portugal e bioeconomia. Uma ligação feita pelo EcoAgriFood

O Centro de Biologia Molecular e Ambiental e o Instituto de Ciência e Inovação para a Bio-Sustentabilidade da Universidade do Minho querem alavancar a bioeconomia do país, através da concepção de produtos e processos verdes inovadores para a indústria agroalimentar. O projecto chama-se “EcoAgriFood” e conta com um financiamento de 1,5 milhões de euros provenientes do programa Portugal 2020.

O “EcoAgriFood” assume-se como um projecto que visa produzir processos verdes. Para já, um conjunto de investigadores da área da biotecnologia produzem esses produtos que, “posteriormente, são testados no ponto de vista da segurança para o homem e para o meio ambiente”, revela, Fernanda Cássio, da Escola de Ciências da UMinho, coordenadora geral do projecto. Para reduzir a dependência do petróleo está a ser desenvolvido um programa “que usa bactérias, gorduras e fungos filamentosos, que têm grande capacidade para acumular lípidos nas suas células, que podem ser utilizados para a produção de biodiesel, bioenergia e alimentos”.

“Temos de apostar na economia mais sustentável, capaz de conciliar as necessidades da agricultura, segurança alimentar e utilização dos recursos biológicos, garantido simultaneamente a biodiversidade e a protecção do ambiente”, refere Fernanda Cássio.

No espaço de um ano, o trabalho já originou diversas soluções com potencial de utilização no sector. Um desses casos é o desenvolvimento de péptidos antimicrobianos para controlar pragas em grandes plantações. “Estas pequenas proteínas fazem parte do sistema imunitário e encontram-se em todos os organismos vivos, representando a primeira linha de defesa no combate a invasões por agentes infecciosos”, explica Raúl Machado, um dos 21 investigadores do projecto.

Ainda no âmbito da “EcoAgriFood” pretende-se que os resultados beneficiem empresas portuguesas do sector, bem como municípios, decisores políticos, centros de investigação e associações ambientais. Para uma maior proximidade à realidade nacional, está ainda a ser criado um conselho consultivo que visa potenciar, aplicar e disseminar algumas das soluções desenvolvidas no âmbito do “EcoAgriFood”.