Prevenir. A principal defesa de Guimarães contra incêndios

A identificação dos proprietários dos terrenos é a principal dificuldade na prevenção de incêndios florestais em Guimarães. Esta segunda-feira de manhã decorreu a apresentação do Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios. O território de Guimarães conta com 24 mil hectares, dos quais 13 mil são floresta. O concelho pertence à categoria T4, que corresponde a “muitas ocorrências e muita área ardida”.
Entre 2013 e 2017 arderam cerca de 800 hectares em incêndios com origem em Guimarães. Das 48 freguesias, quatro são prioritárias na prevenção de incêndios: Longos, Gonça, União de Freguesias de Briteiros Santo Estevão e Donim, e União de Freguesia de Leitões, Oleiro e Figueiredo.
No âmbito do 3º Encontro de Gestão do Território e Proteção Ambiental da Universidade do Minho, o técnico municipal Hugo Torrinha explicou que o grande desafio na prevenção de incêndios em Guimarães é a identificação dos proprietários. “Queremos garantir que sabem o que têm que fazer. Algumas vezes demoraramos mais tempo a identificar os proprietários dos solos rústicos, já que nos urbanos são mais facilmente identificáveis. Quanto aos solos urbanos, fazemos um trabalho muito grande de identificação do proprietário e obrigatoriedade de limpeza por uma questão de salubridade, porque a lei já não se aplica no solo urbano”, explicou.
O número de “grandes incêndios” tem vindo a aumentar no concelho, ainda que a área ardida seja menor comparativamente à média nacional. “Os números decorrem de todas as actividades que o homem produz no território. O afastamento entre árvores poderá ter essa consequência, já que estamos a aumentar o combustível. A área ardida vai diminuir no imediato. Mas temos sempre o risco de haver incêndios nos concelhos vizinhos”, explicou.
Com o Verão a aproximar-se, o técnico municipal admite estar confiante no trabalho realizado até aqui, na prevenção de incêndios, por parte da Câmara Municipal. “Estou optimista. Guimarães fez um trabalho imenso quer em identificar proprietários, quer no trabalho interdisciplinar com Bombeiros e Guarda Nacional Republicana. Mas basta a acontecer um grande incêndio para alterar todos os valores”, lembrou.
Áudio:
Hugo Torrinha, técnico municipal, fala sobre as medidas preventivas.
