Professores recolhem postais de apoio para enviar ao Governo

Os professores estiveram hoje na rua com o objetivo de demonstrar o apoio da população à luta dos professores pela contagem integral dos nove anos, quatro meses e dois dias de tempo de serviço congelados.

Nas capitais de distrito foram recolhidos postais, assinados pelos populares, que demonstram apoio aos docentes, neste braço de ferro com o Governo.

Em Braga, na Praça da República, a acção começou às 11h e cerca de dez minutos depois já haviam sido recolhidos cerca de 20 postais.

Júlia Vale, do Sindicato dos Professores do Norte, adianta que em Braga as pessoas se têm mostrado solidárias com os professores. “Esperamos que a população apoie através da subscrição do postal, para que possam ser enviados para o Ministério da Educação como prova evidente que esta é uma luta assumida também pela população portuguesa, porque querem uma escola pública de qualidade”, afirmou.

Os professores propuseram ao Parlamento a aplicação da solução que a Madeira adoptou, que diz respeito à contabilização na totalidade do tempo de serviço, mas de forma faseada. No entanto, o Governo parece não ceder aos dois anos, nove meses e 18 dias.

Os docentes querem um Orçamento do Estado que valorize a educação e que inclua também a colocação de mais auxiliares nas escolas, uma vez que “não há pessoal adequado para o número de crianças que frequentam as escolas”, afirmou Júlia Vale.

O Orçamento do Estado vai ser votado a 29 de Novembro, data para a qual está prevista uma concentração de professores em frente à Assembleia da republica.

Os professores apelam aos professores com assento no parlamento e aos partidos para que não aprovem o documento.

Anabela Rios é professora há 41 anos e considera o congelamento dos anos de carreira como algo “injusto”. “É como se tivéssemos ficado sem fazer nada e não é verdade. Talvez tenham sido os anos mais duros da nossa vida e não estão a ser contabilizados e é muito injusto”, disse a docente à RUM.

Anabela Rios diz que hoje em dia as exigências para com os professores são maiores e que a sua profissão é um dos pilares do país, mas ninguém valoriza esse esforço.

A docente está prestes a reformar-se mas sai “com metade do vencimento”.

Ana Marques foi uma das subscritoras dos postais que os professores querem enviar a António Costa. A bracarense considera esta uma luta lícita

“Decidi apoiar, porque é uma luta lícita. Entendo que não se devem congelar anos de trabalho e que se deve lutar quando é legitimo e quando trabalharam para o efeito”, explicou à Universitária.


Estão previstas mais formas de luta até à votação do Orçamento do Estado, a 29 de Novembro, momento durante o qual os professores se vão concentrar em frente à Assembleia da República.

Antes disso, a 15 de Novembro os professores vão participar numa manifestação convocada pela CGTP. 

Áudio:

Júlia Vale, do Sindicato, Anabela Rios, docente, e Ana Marques, subscritora do postal de apoio aos professores, falam da contestação dos docentes pelo tempo de serviço congelado. 

Liliana Oliveira
Liliana Oliveira

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