“Projecto a 12 anos? Rio colocou a fasquia muito alta”

“Ricardo Rio colocou a fasquia alta demais” ao acreditar que será presidente da CMB durante doze anos. A visão é de Artur Feio, presidente da comissão política concelhia do PS Braga. Depois da eleição para o segundo mandato consecutivo, a oposição socialista não acredita que o “estado de graça” da coligação Juntos por Braga dure mais do que os próximos quatro anos.
Esta terça-feira, em entrevista ao programa Campus Verbal, o presidente da comissão política concelhia do PS Braga – que diz estar disponível para ser o candidato em 2021 – considera que este segundo mandato “é de risco” para a coligação Juntos por Braga. “É natural que o tenha feito, é uma questão até de demonstração de poder, temos quatro anos para julgar e se as coisas não resultarem julgo que os bracarenses terão de tirar as suas próprias ilações”. Considerando que o primeiro mandato foi um mandato “de graça” e que este segundo “é um mandato de algum risco”, Artur Feio sublinhou que Braga continua com problemas na área da Educação, exemplificando com casos como “escolas que não abrem” e “auxiliares que não são nomeadas” e que fazem falta nas escolas do concelho. Questões que têm deixado os pais “furibundos com a acção da câmara que se ausenta de todas as culpas” que lhe são apontadas.
“Neste momento não vivemos a olhar para o retrovisor”
Artur Feio vai mais longe e afirma que depois de um mandato da coligação Juntos por Braga já não faz sentido culpar o PS, que saiu do poder em 2013. O presidente da comissão política concelhia afirma que “neste momento o PS não vive a olhar para o retrovisor. Quem está à frente dos destinos da cidade é a maioria PSD/CDS/PPM e são eles que devem dar solução aos problemas de forma séria e consciente, não anunciando aquilo que não é possível fazer. E é isso que tem sido feito abusivamente por este executivo”, atirou.
SGEB. “Sou levado a crer que não vai haver resgate nenhum”
Apesar de acreditar nas motivações do executivo para “fazer uma recuperação financeira que se traduza em ganhos para o próprio município”, Artur Feio considera que “tem que ser responsável a forma como isso é apresentado e como isso é feito”. Para o socialista “era muito mais fácil renegociar a taxa de financiamento do que anunciar o resgate da SGEB”. “Foi anunciado o resgate puro e duro e foi impossível de o fazer. E agora? Sou obrigado a crer que não vai haver resgate nenhum”, analisou.
ESSE. “Há uma confusão dos papéis em que ninguém sabe quem é quem”
Era uma das grandes medidas no primeiro mandato da coligação Juntos por Braga, mas o problema continua sem solução. Para os socialistas, os mais recentes desenvolvimentos sobre esta questão deixam os bracarenses “com dúvidas”. “Vivemos de coisas que era bom que acontecesse, mas que na verdade não acontece, e no final do dia a culpa é do Partido Socialista”, lamentou.
“Bracarenses não estão surpreendidos com esta alegórica forma de fazer política. Estão cansados”
Artur Feio abordou a presença constante de Ricardo Rio nos jornais locais. O socialista considera que a estratégia do município no que à comunicação diz respeito começa a deixar os bracarenses cansados. “Se durante quatro anos a acção de Ricardo Rio surpreendeu, eu julgo que os bracarenses já não estão surpreendidos com essa alegórica forma de estar na política porque se vão cansando”, reiterou.
Questionado sobre as inaugurações e novas obras previstas para os próximos anos, Artur Feio afirma que os bracarenses devem olhar para esses projectos e iniciativas como “uma situação como o PS também teve no passado”.
A entrevista a Artur Feio no programa Campus Verbal pode ser ouvida em podcast
Áudio:
O projecto de Ricardo Rio a 12 anos, as responsabilidades do actual executivo, e as promessas por cumprir
