Proposta da Plataforma “não trouxe qualquer novidade útil”

Ricardo Rio diz que a proposta apresentada publicamente, esta terça-feira, pela Plataforma Salvar a Fábrica Confiança, que visa activar a antiga fábrica com eventos culturais diversificados, “não trouxe qualquer novidade útil” e, por isso, “o processo vai seguir o curso planeado pela Câmara”, que passa pela alienação.
Numa reacção à alternativa apresentada pelo movimento, o presidente da Câmara diz haver duas falácias: “não há nenhum impasse e não há nada inovador na proposta”.
Quanto ao primeiro, Rio garante que “há apenas um compasso de espera para garantir que, na defesa do interesse público, sejam criadas condições para que o máximo de interessados possa acorrer ao processo de alienação”. “Não há nada que obste à concretização do processo de alienação”, frisou.
Quanto “à ideia de que se está a apresentar algo de inovador”, o autarca considera que a proposta se trata de “uma réplica”.
Proposta de requalificação progressiva “não é solução”
Ricardo Rio recorda que “já foi por diversas vezes contrariada a ideia de que existirá qualquer tipo de financiamento para a reabilitação em termos de apoio a fundo perdido”. O autarca critica ainda que a proposta de reabilitação progressiva apresentada, que, recorde-se, passa por “uma limpeza do edifício e do exterior”. Ricardo Rio é directo no comentário: “Não é solução”.
“É uma intervenção minimalista e não é com base numa solução algo artesanal que se promove a reabilitação daquela zona, sem garantir as condições de segurança e funcionamento que uma estrutura cultural teria que acautelar”, apontou.
O presidente da Câmara recorre ainda ao exemplo do Cinema São Geraldo, que, aquando da discussão pública, “havia quem dissesse que com 200 mil euros se conseguia reabilitar e o projecto já vai em cerca de 4 milhões de euros”. Por isso mesmo, defende uma gestão “com responsabilidade e seriedade”.
Rio não vê “utilidade” em reunir com Plataforma “com base nestas sugestões”
“Neste momento, não há nada que possa configurar uma alternativa credível à da Câmara, que é a de promover a alienação e, com isso, viabilizar a sua reabilitação futura”, sublinhou.
A possibilidade de os membros da plataforma serem recebidos na Câmara não é posta de lado, no entanto Rio não vê “nenhuma utilidade nessa reunião com base neste tipo de sugestões”.
Para o autarca bracarense esta proposta não se coaduna “com os objectivos da Câmara, que quer ver o imóvel reabilitado e a zona regenerada e, também, assegurar o retorno financeiro que compense o investimento que em tempos foi realizado pelo município”.
Questionado sobre a validade do projecto, caso não apareçam interessados na compra do edifício, Rio diz que nesse caso terão que ser encontradas outras alternativas, mas, acredita, “não haverá dificuldade em encontrar comprador”.
