PS. “GIAPI não é eficaz em casos de violência doméstica”

“O município de Braga não tem um gabinete de apoio às vítimas de violência doméstica, para além dos disponibilizados por instituições particulares”. A afirmação foi deixada pela vereadora do Partido Socialista, Helena Teixeira, na reunião do executivo municipal. Precisamente no Dia Internacional da Mulher, 8 de Março.

A socialista mostrou-se preocupada com o facto da cidade dos arcebispos não estar servida com um serviço de apoio às vítimas de violência, desde mulheres, a crianças e idosos. Helena Teixeira questionou o vereador responsável pelas Políticas Sociais, Firmino Marques, e aos microfones da RUM, a socialista conclui que o município “não tem essa prioridade e não acredita que tenha de ter esse papel”. A vereadora da oposição defende que o apoio à vítima de violência doméstica tem de ser realizado “em rede, de forma estruturada, de modo a que as vítimas não fiquem desamparadas”.

De acordo com o proferido na reunião, em Braga existe um Gabinete de Informação e Acolhimento para a Igualdade (GIAPI), mas na óptica de Helena Teixeira “uma vítima de violência doméstica não se vai dirigir a esse gabinete, uma vez que não tem respostas eficazes, nem vai sentir que tem o apoio que precisa para denunciar um caso”.

Braga conta, sim, com mecanismos para ajudar vítimas “em fim de linha” que são encaminhadas para a cidade dos arcebispos para permanecer longe dos agressores, acrescentou. No entanto, “as pessoas que estão no início não têm uma resposta imediata”.

Perspectiva distinta tem o vereador responsável pelas Políticas Sociais. Firmino Marques refuta todas as declarações, uma vez que considera que o Gabinete de Informação e Acolhimento para a Igualdade tem “todas as condições para acolher e atender” vítimas de violência doméstica. O também vice-presidente do município avança que existem três apartamentos a serem utilizados e o GIAP soma, também, três técnicos especializados para trabalhar com estas pessoas “nestes momentos de grande fragilidade”.

O vereador faz uma referência histórica e recorda que o gabinete, quando começou a exercer funções, “não tinha condições para trabalhar”. Neste momento apoiam vítimas oriundas de Valência e Vila Real de Santo António. Destaque para a parceria com a Universidade do Minho, a Escola Secundária Alberto Sampaio e a Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, que em conjunto têm vindo a desenvolver um projecto que visa prevenir a violência no namoro.