PS insiste no prejuízo da Superespecial para comerciantes

Desde o anúncio da realização da Superespecial em Braga que os vereadores do Partido Socialista têm alertado o município para os riscos de avultados prejuízos para os cofres municipais. Os avisos começaram com exemplos do que aconteceu à cidade do Porto em 2016 depois de ter acolhido a mesma prova.
Para o PS, o município do Porto só descartou a realização da prova este ano pelos prejuízos que a mesma causou na edição anterior. Além de todos os gastos com a logística do evento, os danos causados nas vias públicas por onde correram as viaturas trouxeram prejuízos que não tinham sido calculados pelos serviços municipais da cidade invicta. Em Outubro, o vereador Hugo Pires afirmava que a decisão do município em trazer uma prova que na sua opinião não acrescenta valor à cidade, revelava também que a câmara municipal tinha, afinal “os bolsos cheios”.
Além destes exemplos, há poucas semanas o anúncio de encerramento obrigatório de dezenas de estabelecimentos comerciais no centro histórico de Braga por questões de segurança, motivou novamente os socialistas para os riscos negativos associados à Superespecial. Aliás, Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga admitiu que o encerramento de espaços comerciais surgiu por questões de segurança impostas pela Protecção Civil que não estavam previstas pela autarquia. Ainda assim, na tentativa de minimizar o prejuízo dos comerciantes, o município em conjunto com a ACB estarão a estudar formas de compensar quem num dia com mais de 200 mil pessoas na cidade terá de fechar a porta ao negócio. A redução de taxas municipais é uma possibilidade.
Ontem, os vereadores do PS sugeriram que o não pagamento de uma renda mensal seria pouco para compensar os comerciantes do mercado municipal à conta do encerramento de estacionamento na zona envolvente já a partir de dia 15 de Maio (segunda-feira). O vereador Gilberto Sousa alertou para as “consequências pesadas no final do mês” e apelou ao município para “refletir de forma efectiva essa perda”, considerando que nem que a câmara abdicasse de uma mensalidade do mercado municipal “chegaria para compensar as perdas”. Para os socialistas, Ricardo Rio “não pensou nas consequências e só pensou na fotografia”.
Ricardo Rio assegura que município está a minimizar ao máximo transtorno para comerciantes
Uma sugestão desvalorizada pelo presidente do município. Ricardo Rio considera que o funcionamento do mercado municipal não será afectado pela falta de estacionamento na zona envolvente ao edifício. “Isso não condiciona o restante funcionamento do mercado. A lógica de cargas e descargas está devidamente acautelada. Temos vindo a gerir a questão com os próprios comerciantes e com as forças de segurança e já conseguimos que o mercado funcionasse praticamente normalmente no dia 18, portanto sem qualquer prejuízo para os comerciantes”, defendeu.
Já sobre a mensalidade referida pelo vereador do PS, Ricardo Rio foi directo na resposta: “É algo que não se pode avaliar nesses termos. Se fôssemos por essas contas teríamos de saber exactamente quanto é que cada comerciante vende em cada dia. Se cada comerciante tiver um lucro em cada dia igual à mensalidade que paga por mês no mercado municipal seria uma recomendação forte para que aumentassemos as mensalidades”, acrescentou o autarca.
Contrato entre CMB e ACP requer pagamento da câmara de 300 mil euros mais IVA, mais obrigações logísticas
Ontem foi submetido a apreciação o contrato a celebrar entre a Câmara Municipal de Braga e o Automóvel Clube de Portugal.
Entre as normas do contrato está o pagamento de 300 mil euros mais IVA ao ACP com a primeira tranche de 50% a ser transferida já esta quarta-feira. Além do valor acima referido, 30% da receita de bilheteira terá também de ser transferida pelo município para a conta do ACP.
Das obrigações do município no contrato celebrado constam ainda a organização logística e produção do evento, a construção da pista, montagem e desmontagem de bancadas, transporte e montagem da rampa de betão, contratualização dos seguros necessários à realização do evento, que cubram a responsabilidade civil do público e dos equipamentos e actividades, colocação de plataformas para transmissão televisiva, comunicação, produção de conteúdos para ecrãs gigantes, cedência de 200 acessos à área VIP e estacionamento para o ACP, garantir a presença de colaboradores necessários ao apoio, acompanhamento e produção do evento, entre outras.
