Reitor da UMINHO reage à polémica dos ajustes directos

António Cunha, reitor da Universidade do Minho (UMINHO), considera que a polémica em torno dos ajustes directos na instituição é uma “história louca e de maquinação”. À RUM, naquela que é a sua última grande entrevista enquanto reitor da instituição – será transmitida na próxima terça-feira -, António Cunha abordou, pela primeira vez, o tema quente que tem marcado a actualidade da UMinho e garantiu que a academia tem “excelentes práticas de gestão”. “Esta é uma questão que está a ser mal colocada com o único objectivo de denegrir a imagem da universidade”, referiu o reitor da academia minhota que sublinhou que a instituição que lidera “tem um sistema de controlo de despesas e de prática de contratação robustíssimo, não tendo qualquer dificuldade em mostrá-lo e fazê-lo”.
António Cunha referiu-se, ainda assim, a um caso em particular onde imperativos que tinham em conta a saúde pública precipitaram ajustes directos: “Foi uma solução de absoluta emergência, na Escola de Ciências onde, depois de uma explosão, tínhamos uma situação onde havia o risco de fechar a UMinho e fechar esta escola. Tínhamos condições ambientais complicadas, demorámos muito tempo a saber o que se passava e mal soubemos fizemos uma intervenção muito rápida porque havia queixas muito significativas relativamente à qualidade do ar”, explicou
António Cunha que assumiu “que tudo foi feito com a responsabilidade do reitor, uma vez que era a saúde pública que estava em questão”.
António Cunha considera que se construiu uma “história louca e de maquinação e sem pés nem cabeça” a partir deste tema, sublinhando que a UMinho “é um sítio onde há excelentes práticas de gestão associadas”.
Recorde-se que o pró-reitor Guilherme Pereira e o administrador da UMinho José Fernandes são visados em alguns dos ajustes directos referidos no relatório da Inspecção-Geral da Educação e Ciência. António Cunha afirmou que se tratam de pessoas pelas quais tem a total confiança, reforçando que “as acusações de que estes estão a ser alvo são indignas”.
“O assunto enche-me de tristeza. Do meu lado há a consciência tranquila relativamente ao que fizemos e, certamente, voltaria a fazê-lo”, disse.
Recorde-se que um relatório provisório da Inspecção-Geral da Educação e Ciência detectou que a regra na instituição é a aquisição por ajuste directo e especificou os mais de 200 mil euros pagos a uma empresa da qual o pró-reitor, Guilherme Pereira, é sócio.
“A UMinho está muito serenamente a aguardar o relatório final e as suas conclusões, por isso não vou comentar um relatório provisório”, concluiu António Cunha.
A entrevista de balanço de dois mandatos de António Cunha como reitor da UMinho será transmitida na próxima terça-feira, dia 28 de Novembro na RUM, dia da posse de Rui Vieira de Castro como novo reitor.
Nota: A inoperacionalidade do site da RUM na última semana impossibilitou a publicação das notícias sobre este assunto que mereceu acompanhamento jornalístico e que teve eco nos nossos blocos informativos diários.
Áudio:
António Cunha falou à RUM sobre o assunto revelando estar de consciência tranquila sobre o mesmo
