Reitor ouviu e respondeu aos estudantes da UMinho

O ponto de encontro foi o bar do CP III, do campus de Gualtar. Um local comum aos estudantes, um ambiente informal para uma conversa que pretendia, “de um modo aberto”, ouvir os estudantes e contar com a sua ajuda e ideias para a resolução de problemas da academia.

“As universidades existem por uma razão: os estudantes”, começou por dizer Rui Vieira de Castro, na sessão “Reitor conversa com…estudantes”, que decorreu esta segunda-feira.

Problemas infraestruturais dos campi, cartão único, apoio a estudantes internacionais, alojamento ou avaliação dos docentes. Os temas foram muitos e diferentes, mas ninguém ficou sem resposta.

João Pessoa, aluno do 5.º ano de Engenharia Mecânica, coemçou por relembrar a equipa reitoral para as questões de infiltração em alguns espaços do campus de Azurém. Já Rui Rasteiro, estudante do 3.º ano de Música, aproveitou a oportunidade para questionar o reitor quanto à possibilidade de uma intervenção para melhorar a acústica das salas nos Congregados.

“A Universidade do Minho, como as universidades em Portugal, enfrenta várias dificuldades que tornaram mais difícil responder à qualificação dos espaços pedagógicos”, explicou o reitor. Rui Vieira de Castro não negou que há “vários lugares nos campi que estão a necessitar de intervenção”, mas disse “não estar em condições de prometer uma transformação radical desses locais”. Consciente das “debilidades”, a equipa reitoral está “empenhada não só em planificar uma intervenção continuada no tempo, mas também em dar execução a esse plano”.

Na resposta ao estudante de Música, Rui Vieira de Castro deixou ainda o desafio, e o desejo, de contar com as ideias dos alunos na procura de soluções.

Rui Rasteiro elogia a postura do reitor e diz até já ter ideias. O estudante de Música sugere a realização de “concertos para angariação de fundos, que tornem possíveis as mudanças” necessárias no edifício.

Nuno Reis puxou para a conversa o Cartão Único, “algo que a AAUM já tem há vários anos o objetivo de criar”. O intuito é reunir no mesmo cartão o acesso aos vários serviços da academia. Na resposta ao presidente da Associação Académica e estudante de Engenharia e Gestão Industrial foi dito que “um ano não é o suficiente para se mudarem procedimentos internos” e que há “alguns desenvolvimentos” sobre essa questão, mas ainda é necessário algum trabalho.

“Achei francamente interessante a sessão”

Durante cerca de duas horas, o reitor respondeu a todas as questões, contanto com a ajuda do pró-reitor para os assuntos estudantis, Manuel João Costa, da vice-reitora para a Educação, Laurinda Leite, e António Paisana, dos Serviços de Acção Social da Universidade do Minho.

“Achei francamente interessante a sessão”, disse à RUM Rui Vieira de Castro, garantindo que o debate superou as expectativas. “Saio reconfortado com esta conversa e muito contente por ver que na nossa comunidade os estudantes estão muito atentos a aspectos fundamentais do funcionamento da instituição”, acrescentou.

Do lado dos estudantes, João Pessoa considera a sessão “uma excelente iniciativa”. O aluno do campi de Azurém quis “chamar a atenção” com a questão que colocou, “porque muitas vezes os assuntos são esquecidos”. “Acho que estar mais próximo do que isto é difícil”, finalizou.

Da mesma opinião é Rui Rasteiro, que diz ter saído “esclarecido” da conversa. “Acho que é importante haver esta aproximação entre os estudantes e a reitoria, porque não sabemos o que podemos fazer para chegar ao reitor e resolver alguns problemas”, apontou o estudante.

Nuno Reis, representante máximo dos estudantes, valoriza a iniciativa que diz ser “mais uma oportunidade para também a AAUM auscultar os estudantes e estar ao lado deles na defesa dos seus interesses”.

“É um momento muito importante para poder envolver a comunidade académica de uma forma informal, demonstra uma proximidade que o reitor e a equipa reitoral querem ter com os seus estudantes, sendo por isso uma iniciativa louvável e que deve acontecer com mais regularidade”, sugeriu Nuno Reis.

Uma sala cheia, cerca de duas horas de conversa e a promessa de que o encontro do reitor com os estudantes volta a acontecer no próximo semestre, no campus de Azurém.

Antes disso, o reitor volta à conversa com o pessoal técnico, administrativo e de gestão, na quarta-feira.