Renovação do S. Geraldo nunca custará menos de 3 milhões

A obra de reabilitação do edifício do antigo Cinema S. Geraldo pode custar entre três a cinco milhões de euros, no mínimo.
As quatro versões possíveis foram apresentadas ao final da tarde desta segunda-feira aos agentes culturais do concelho pela equipa liderada pelo Engenheiro João Aidos, contratada directamente pelo município. O Engenheiro já participou na reabilitação de dezenas de teatros em Portugal.
Há diferenças significativas nas quatro versões apresentadas aos agentes culturais no edifício gnration. O projecto com mais valências é o mais caro e o que responde a todos os objectivos da autarquia: apresentar um S. Geraldo multifacetado que permita corresponder ao desíngnio das Media Arts, mantendo ainda a sala principal com possibilidade de concertos e espectáculos e assistência até perto de mil pessoas, mas ainda uma nova sala, com 350 metros quadrados, destinada às media arts.
Gonçalo Louro, arquitecto que participou nas diferentes versões, refere que a versão mais completa “consegue resolver todas as valências que a câmara desejava que coabitassem no mesmo edifício”. Além das áreas técnicas de apoio, a sala principal poderá ser transformada em sala plana para concertos ou uma sala em auditório para espectáculos. Na cobertura poderá ser construída uma grande sala de media arts com uma área de 350 metros quadrados.
Ora, esta versão do projecto que engloba mais valências custaria 4 milhões e 800 mil euros mais IVA e não inclui os equipamentos de som e tecnologia. Cláudia Leite, responsável pela candidatura bem sucedida de Braga a Cidade Criativa da UNESCO na área das Media Arts, frisa que esta é “a solução desejável” e que pode colocar Braga como “um eixo estratégico desta área”, além de “trazer à cidade a possibilidade de desenvolver um conjunto de actividades que não existe nem no país nem em Espanha”, apresentando o S. Geraldo como “um espaço ímpar a nível internacional”.
Nos próximos quinze dias, os agentes culturais são convidados a enviar sugestões para a equipa de João Aidos de modo a perceber melhor a importância do projecto para diferentes associações culturais.
O presidente do município de Braga não esteve presente no momento de apresentação pública. Mais tarde, em declarações à RUM, Ricardo Rio reconheceu que a quarta versão apresentada é a mais versátil e assegurou que uma delas terá mesmo de avançar dentro de dois a três meses. A previsão de duração da obra, depois do arranque, será de “aproximadamente um ano”, disse ainda o autarca.
Recorde-se que o S. Geraldo é propriedade da Arquidiocese de Braga e foi alugado ao município por um prazo de dez anos com opção de compra. Confrontado pela RUM sobre o valor a pagar por uma obra cujo proprietário não é o município, o autarca disse que esse factor não será um travão. “Não deixaremos de fazer o investimento que se revele mais adequado para estas necessidades que existem, e até atendendo não apenas à nossa classificação como Cidade Criativa da UNESCO na área das Media Arts, mas também incluindo a nossa perspectiva de candidatura a Capital Europeia da Cultura”, começou por responder, acrescentando que “o edifício das Media Arts será aquele, com mais ou menos valências em função dos recursos que a câmara dispõe”.
As quatro versões do projecto
A primeira solução apresentada tem por objectivo a reabilitação do edifício, mantendo toda a sua estrutura. Esta proposta inclui áreas de apoio, como o piso -1 para áreas técnicas e de apoio e parte do logradouro para iluminação e gabinetes de trabalho. A Plateia inclinada permite uma lotação de 344 lugares, acrescidos de 6 de mobilidade reduzida e o balcão existente permite 192 lugares. Valor: 2 milhões e 800 mil euros + IVA.
A segunda proposta cria uma plateia plana, oferecendo quer espectáculos em pé, quer em auditório, através do uso da bancada retráctil. Permite uma lotação de 238 lugares sentados e 750 lugares em pé. O balcão, com novo layout, permite uma lotação de 184 lugares. Valor: 3 milhões e 200 mil euros + IVA.
A terceira proposta inclui igualmente a plateia plana, com a mesma capacidade de lotação, e introduz a sala Media Arts através do aproveitamento do espaço do balcão. Esta é uma solução de compromisso que implica a perda de capacidade de lotação devido ao suprimento dos lugares do balcão. Valor: 3 milhões e 800 mil euros + IVA.
Já a quarta solução, a mais completa e exigente a nível financeiro, inclui a plateia plana e o balcão, com novo layout, mantendo-se a lotação igual à da segunda proposta. A novidade está no facto de inserir a sala Media Arts (uma Black Box imersiva) na cobertura, o que permite que esta ganhe uma dimensão reforçada em termos de espaço. Valor: 4 milhões e 800 mil euros + IVA.
O trabalho realizado pela equipa de João Aidos custou aos cofres do município cerca de 9 mil euros.
A autarquia vai avaliar nos próximos dois a três meses a solução a adoptar para a requalificação do S. Geraldo, a tempo da elaboração do próximo orçamento do município de Braga que não conta, por enquanto, com fundos comunitários para a elaboração de qualquer um dos projectos.
