Reprogramação do quadro comunitário dita futuro da Confiança

O presidente da Câmara Municipal de Braga (CMB) afirma que a reprogramação do actual quadro comunitário “é mais uma vez um desvio de fundos de todo o país para Lisboa e para o Porto” que vai acabar por “não dar boas notícias para Braga”. Ricardo Rio falava no final da reunião do executivo desta segunda-feira.
Interpelado pelos jornalistas sobre o edifício da antiga fábrica Confiança, o autarca explicou que o município “manterá e reabilitará a Confiança se tiver meios financeiros externos para tal”, admitindo que a perspectiva actual “não é muito positiva”. “Aquilo que já vamos conhecendo em sede de reprogramação do actual quadro comunitário não abre perspectivas muito optimistas, (…) não nos vai dar muito boas notícias”, disse.
Confirmando-se a ausência de apoios comunitários, o município de Braga deverá mesmo avançar para a alienação da antiga Confiança. “Temos sido abordados e isso intensificou-se no momento recente, talvez por força desta dinâmica imobiliária que se está a viver hoje. Temos sido abordados por alguns promotores no sentido de aferir da nossa disponibilidade para proceder à alienação do espaço e nós teremos que equacionar essa possibilidade se se confirmar esta tendência em sede de reprogramação”, justificou Ricardo Rio.
PS recomenda “requalificação urgente do edifício”
Os socialistas vão submeter à próxima reunião camarária uma recomendação para a “requalificação urgente” do edifício. Para obtenção de financiamento, os socialistas sugerem a Ricardo Rio a “elaboração de candidaturas financeiras junto da CIM Cávado, da Ciência Viva, da CCDRN e de outras entidades vocacionadas na área que permitam a restituição à cidade e ao concelho de um património que hoje é de todos os bracarenses e que deve servir a região”.
Já sobre as críticas lançadas pelo presidente do município ao Governo, Liliana Pereira, vereadora socialista, respondeu que Ricardo Rio “é que tem de efectuar diligências junto do Governo e das entidades competentes para conseguir desbloquear verbas”, alertando que “essa não pode ser a razão para deixar o património fugir das mãos municipais”.
Miguel Corais, por seu turno, lembrou que Ricardo Rio foi um dos protagonistas da aquisição da antiga Confiança enquanto vereador da oposição e que a compra da antiga saboaria “não foi para fazer especulação imobiliária”.
Áudio:
Ricardo Rio, Miguel Corais e Liliana Pereira
