Respostas para o autismo ainda partem apenas de associações

O presidente da AIA lembra que todas as respostas para o autismo em Portugal partem de associações, mas que ainda assim, o país tem registado progressos nos anos mais recentes. Em entrevista ao programa Campus Verbal ontem à noite, Eduardo Ribeiro, da Associação de Apoio e Inclusão ao Autismo em Braga explicou que o Estado “dentro da sua política para a área da deficiência já faz muito mais do que fazia há uns anos, mas todas as respostas a pessoas com autismo partem de associações que se organizam, ou com pais, ou com outros elementos da sociedade, para dar uma resposta que o Estado directamente não tem”.
Eduardo Ribeiro lamenta que o autismo ainda não seja uma verdadeira prioridade do Estado. “Está dentro das prioridades de apoio, mas não de fazer, elaborar ou de construir algo”, alerta o responsável, lembrando que a sociedade que necessita desta resposta “é que tem de se organizar e construir essa mesma resposta”.
Numa análise às respostas de outros países europeus, o presidente da AIA admite que apesar do auxílio ao autismo ter começado mais tarde em Portugal trouxe algumas diferenças, dando nota que no caso da França o autismo ainda é visto como uma anomalia psiquiátrica, algo que já foi ultrapassado cá. “Aqui já está visto como uma perturbação, que tem o seu tratamento”, explica, alertando também que falta “uma resposta diversificada”, uma vez que actualmente “não há resposta para a população mais leve”, com défice social, referindo-se a casos de licenciados autistas em Portugal que quando chegam a uma entrevista têm dificuldade em “ultrapassar” essa fase.
Áudio:
Eduardo Ribeiro, presidente da AIA
