S. Geraldo dos pequeninos: “O bispo, santo e padroeiro de Braga”

“Estou nervoso” ouvia-se nos bastidores da Sé, minutos antes de começar a peça “S. Geraldo e o Milagre da Fruta”.
O frenesim fazia antecipar o entusiasmo que os alunos do 3.º ano da Escola da Sé levariam para o palco daí a nada. Pouco passava das 10h30 quando, do fundo da Sé, se avistou o pequeno S. Geraldo. Este ano, foi João Martins a vestir a pele de padroeiro da cidade.
O dia 5 de Dezembro celebra todos os anos a vida e morte de S. Geraldo e os mais novos imbuídos no espírito encenam sempre o milagre da fruta, associado ao padroeiro.
“Que grandes asas que temos, vamos voar” diziam os anjos, que daí a nada seriam responsáveis pelo milagre.
A RUM foi testar o conhecimento destes bracarenses de palmo e meio. Quem foi S. Geraldo? “Foi o João”, respondeu a Bruna Braga. A resposta não está totalmente errada, este ano foi. Mas, depois de pensar, a Bruna completou a resposta: “S. Geraldo foi arcebispo e foi muito conhecido”. Aos 8 anos, também o Martim Antunes, o acólito que iria ajudar o S. Geraldo, sabia a resposta: “Foi um santo, um bispo e padroeiro de Braga”.
A pequena Teresa Soares, aluna do 1.º ano, estava já sentada num dos bancos da Sé pronta para aprender mais sobre o padroeiro e o seu milagre, mas já sabia, “porque a avó viu na internet, que o dia 5 de Dezembro é dia de S. Geraldo”.
E o milagre da fruta? Quem conhece? Martim Antunes frisou de imediato que “antes não conhecia, mas agora já conhece”. “S. Geraldo estava doente e de repente a fruta começou a crescer”, completou.
O S. Geraldo de 2019, João Martins, dizia, num complemento ao que o amigo respondeu, que “quando estava a nevar José e Maria não conseguiram pegar na fruta mas os anjos puseram frutas nas árvores”.
Já a narradora da peça, Bruna Braga, disse que “S. Geraldo ajudou as outras pessoas que precisavam de comer”.
Os alunos da Escola da Sé passaram no teste sobre a história desta figura ímpar da cidade e, a julgar pelo entusiasmo de quem assistia à peça de teatro, também levaram nota positiva como actores.
Este ano, cerca de 70 alunos participaram na representação. “Há já umas semanas que preparamos isto e eles participam com muito entusiasmo”, disse o coordenador da escola, Agostinho Chaves. Na assistência estavam “outras seis turmas da Escola da Sé, alunos de outras escolas e público em geral”, já que o momento resulta de uma parceria entre a Escola da Sé e o Tesouro-Museu da Sé de Braga.
A Sé encheu para ver e ouvir os actores de palmo e meio, num momento que celebra o Dia do Padroeiro da cidade.
