S. Victor quer que município invista na Confiança

O presidente da Junta de freguesia de S. Victor considera que a Câmara de Braga deve assumir uma “opção política clara” em manter a antiga fábrica Confiança como um edifício de ligação à cultura bracarense.

Recorde-se que a possibilidade de venda do imóvel foi equacionada pela autarquia depois de reconhecer que, sem fundos comunitários, a obra não tinha condições de avançar.

Situado na freguesia de S. Victor, o edifício poderá ir parar a mãos de privados e assumir fins comerciais.

Ricardo Silva, o autarca de S. Victor, manifesta-se, aos microfones da RUM, contra uma solução que não salvaguarde a memória que o edifício concentra. O autarca diz que “há uma opção política que tem que ser tomada” pela autarquia bracarense e lembra que “a junta avança sempre com a hipótese que haja um imóvel com cariz cultural”.

“Independentemente de esgotadas as possibilidades de financiamento comunitário, não podemos ficar limitados a apenas uma premissa”, entende o autarca local.

Assim, Ricardo Silva quer que a memória industrial se afirme na fábrica Confiança: “É o último reduto de todo o património industrial que foi desaparecendo fruto da expansão da cidade”, assumiu, explicando que a junta de freguesia pretende “que se perpetue uma memória industrial, associando-lhe um cariz cultural que é cada vez mais emergente na cidade”.

Ricardo Silva pede, por isso, ao município bracarense que invista no local e deixou sugestões daquilo em que a fábrica Confiança se pode transformar: “Quando vemos que a cidade não tem uma grande galeria que permita fazer exposições com outra dimensão e envergadura, quando vemos que há vários grupos musicais emergentes que ainda não têm acesso a auditórios de média dimensão e quando vemos que há actividades emergentes que podem naquele local ganhar escala ao tornar-se numa espécie de incubadora cultural… Nós acarinhamos e, se pudéssemos, iríamos apadrinhar esta ideia”.

“Espero que o município vá, pelo menos, recuperando aos poucos e parcialmente, e que vá investindo parte do orçamento municipal, dando um sinal claro à cidade de que tem na cultura uma prioridade”, exclama.