“São precisas mais de duzentas USF no país”

São necessárias duzentas ou mais Unidades de Saúde Familiar no País. Quem o disse foi Rui Nogueira, Presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), no seu discurso de abertura do 36º Encontro Nacional de Medicina Geral e Familiar esta quinta-feira em Braga.

Com o lema “Na linha da Frente” esta é a maior reunião clínica que envolve médicos de família no país e tem como objectivo apostar no rigor científico, na partilha de boas práticas desenvolvidas em unidades de saúde familiar e na inovação.

Para servir “melhor a população” são necessárias mais unidades de saúde em todo o país e, por isso, a APMGF vai apresentar ao Minitério da Saúde o projecto ‘Beta’. “Esta proposta fundamenta a forma de fazer novas unidades de saúde para conseguir uma maior aproximação daquilo que são as necessidades reais do país e quando almejamos 20 e são precisas 200 significa que estamos muito aquém do objectivo”, explicou Rui Nogueira, Presidente da entidade. 

O responsável teceu elogios ao ensino de saúde praticado na Universidade do Minho e adiantou que Braga é uma cidade “tão representativa” do panorama da medicina familiar que já está a ser considerada para acolher o próximo encontro no ano de 2020. 

“Os médicos em formação vão cobrir os 2000 que se vão aposentar nos próximos anos”

Nos próximos 4/5 anos está prevista a aposentação de cerca de 2000 profissionais de saúde, no entanto Carlos Nunes, Presidente da Administração Regional do Norte, garante que os médicos que estão em formação vão “cobrir” essa transicção.

“Uma das coisas que temos de fazer é planear os recursos, coisa que não foi feito no passado. Nós agora conseguimos facilmente saber quais são em cada ano e em cada local os profissionais que atingem a idade própria da reforma, claro que podem não se reformar já. Podemos prever com 4 ou 5 anos de antecedência aquando os médicos iniciam os seus internatos perceber as nossas necessidades”, referiu.

Já Sameiro Araújo, Vereadora da Saúde e Bem Estar da Câmara Municipal de Braga, parabenizou a Associação pela organização deste evento e mencionou que esta iniciativa “vem de encontro” ao que a autarquia pretende para a cidade, ou seja, uma cidade voltada para o “conhecimento, a investigação, inovação e para a melhoria da qualidade de vida” das populações.